Durante a reunião bilateral entre o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o comissário europeu para Agricultura e Desenvolvimento Rural, Januz Wojciechowski, foi formalizada a entrega da carta que pede à União Europeia a suspensão da Lei Antidesmatamento e a revisão da abordagem punitiva aos produtores que cumprem a legislação vigente.
A ação ocorreu paralelamente às reuniões do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20 na noite desta quarta-feira (11), no município de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. O principal foco do G20 Agro é a sustentabilidade na produção agropecuária. A carta foi entregue simultaneamente, em Bruxelas, às autoridades comunitárias competentes.
A discussão que norteia a reunião ministerial do GT Agricultura do G20 é a segurança alimentar diante da crescente demanda da população mundial em meio à urgente e necessária adaptação dos sistemas produtivos à mudança climática.
O Brasil conta com cerca de 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade com alta aptidão para a agricultura, o que pode fazer com que área de produção de alimentos no Brasil seja praticamente dobrada em 10 anos por meio do Programa Nacional de Conversão de de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
“É fato que as mudanças climáticas vieram e vieram acima do que poderíamos prever. O caminho que nos trouxe até aqui não será o que nos levará ao futuro. Precisamos mudar a nossa forma de produzir”, ponderou o ministro durante a reunião bilateral.
Principal tema da reunião bilateral, a valorização dos agricultores e o futuro da produção estão diretamente relacionados ao pedido brasileiro para revisão das medidas. Isso porque a complexidade das ações que serão exigidas pelo bloco inviabiliza o processo de exportação penalizando, sobretudo, pequenos e médios produtores em processo de desenvolvimento.
Conforme a proposta da União Europeia, a partir do final de 2024, produtores brasileiros de soja, carne (e couro), madeira, borracha, café, cacau e óleo de palma que quiserem exportar para os países do bloco precisarão atender a complexos procedimentos de verificação para comprovar que sua produção cumpre a legislação brasileira e que não provém de áreas com desmatamento, seja ele legal ou ilegal.
Assim, medidas em consonância com as leis vigentes tanto podem contribuir para o abastecimento do bloco europeu, tendo em vista que o Brasil se destaca como principal produtor e exportador de diferentes gêneros alimentícios.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária