O cultivo de abacaxi no Brasil agora conta com uma nova ferramenta essencial: o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) específico para essa cultura, que abrange todo o território nacional. Publicado recentemente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, esse recurso proporciona orientações claras e fundamentadas para os produtores, levando em conta dados científicos e históricos que envolvem as melhores práticas de plantio.
A nova versão do Zarc atualiza uma versão anterior de 2012 e traz melhorias significativas que visam aumentar a produtividade e reduzir riscos, especialmente em regiões mais suscetíveis a condições adversas, como o Semiárido. Entre as inovações, destaca-se a classificação do risco em três níveis: 20%, 30% e 40%. Esses níveis estão associados às diferentes fases de desenvolvimento do fruto, começando pela floração e estendendo-se até a colheita. O limite de 40% representa o risco máximo aceitável para a cultura, permitindo que os produtores elaborem calendários de plantio que indicam as épocas e locais mais adequados para uma colheita bem-sucedida.
Outra atualização significativa é a ampliação da categorização das classes de água disponível no solo, que agora varia de 1 a 6, ao invés da antiga escala de 1 a 3. Além disso, a nova ferramenta considera também os locais propensos a geadas frequentes e aqueles em altitudes superiores a mil metros, que apresentam elevado risco climático.
Com essas melhorias, o Zarc se torna uma ferramenta vital para os produtores, uma vez que ações fundamentadas nas orientações oferecidas podem levar à diminuição dos riscos climáticos no cultivo do abacaxi. O cumprimento das diretrizes do Zarc é também um requisito para acessar políticas públicas voltadas para a gestão de riscos, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Os dados meteorológicos utilizados na nova versão do zoneamento foram atualizados até 2022, incorporando informações mais recentes do que aquelas consideradas na versão anterior. Especialistas ressaltam que essas atualizações são fundamentais, especialmente em regiões como Itaberaba, na Bahia, o principal polo de produção de abacaxi do estado. As variações climáticas dentro do mesmo município podem ser significativas, tornando o uso do Zarc ainda mais relevante para novos produtores ou aqueles que desejam diversificar suas áreas de plantio.
Os interessados podem acessar o Zarc Abacaxi de duas maneiras: através da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”, disponível no site do Ministério da Agricultura e Pecuária, ou pelo aplicativo “Zarc Plantio Certo”, compatível com sistemas operacionais Android e iOS, e disponível gratuitamente. Essa ferramenta não apenas proporciona uma base sólida para a atividade agrícola, mas também destaca o compromisso com práticas sustentáveis na produção agrícola nacional.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária