Dois novos estudos sobre Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) foram recentemente lançados com o intuito de fomentar o cultivo de batata no Brasil, direcionando-se tanto para o consumo fresco quanto para o processamento agroindustrial. As diretrizes, publicadas por autoridades competentes, visam fornecer informações detalhadas sobre as áreas com maior potencial para o desenvolvimento de lavouras, considerando as particularidades do cultivo destinado ao mercado de mesa e à produção de insumos para a indústria.
Uma das principais distinções entre essas duas finalidades reside no ciclo da cultura, que varia entre o plantio e a colheita, refletindo em diferentes potenciais produtivos e padrões de qualidade. Para a batata destinada ao consumo direto, o ciclo é interrompido por volta de 90 dias, permitindo que o tubérculo desenvolva características que atendem às exigências estéticas do mercado, como uma pele lisa e bem apresentada. Em contraste, a batata voltada para a indústria exige um ciclo mais longo, que pode variar de 120 a 130 dias, visando maximizar a qualidade intrínseca dos tubérculos, como a textura e a coloração, que são fundamentais para a produção de snacks e outros derivados.
De acordo com um especialista no setor, a batata para o mercado fresco é colhida sob exigências específicas de aparência, enquanto a batata industrial deve completar seu ciclo de maturação para garantir um teor adequado de matéria seca e baixo teor de açúcar, requisitos essenciais para otimizar a qualidade do produto final.
O Zarc para a batata considera o sistema de produção como um todo, sem a necessidade de focar em cultivares específicas. Essa abordagem é relevante, pois as práticas de manejo adotadas, que interrompem o processo de maturação natural das plantas, tendem a atenuar as diferenças entre as variedades cultivadas, tornando-as menos significativas para o estudo.
Dentre os principais riscos enfrentados na bataticultura, aspectos climáticos como temperaturas extremas e a irregularidade das chuvas são críticos, podendo levar à mortalidade das plantas ou a uma queda drástica na produção. A falta de água, por exemplo, impacta diretamente as lavouras, mas o uso de irrigação pode mitigar esse problema. Por outro lado, chuvas excessivas podem provocar encharcamento do solo e favorecer o surgimento de doenças, que comprometem a saúde das plantas e a qualidade dos tubérculos.
Além dos fatores climáticos diretos, outros elementos como a radiação solar, granizo e geadas também são considerados no estudo. Qualidade do solo, altitude e estimativas de produtividade das regiões são critérios adicionais que ajudam a identificar áreas com maior ou menor potencial produtivo. Os parâmetros são analisados ao longo de todo o ano, permitindo a definição de níveis prejudiciais e a classificação dos riscos associados para otimizar o planejamento agrícola.
Os produtores rurais, bem como outros profissionais do setor, podem acessar os dados do Zarc Batata pela plataforma Painel de Indicação de Riscos ou através do aplicativo Zarc Plantio Certo, que oferece uma interface prática para consulta e análise das informações obtidas.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária