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"Mantas inteligentes de nanofibras monitoram frescor de peixes em tempo real usando pigmentos naturais"

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Uma nova tecnologia desenvolvida por cientistas brasileiros surgiu como uma inovação promissora na área de embalagens alimentares. Trata-se de mantas de nanofibras, que funcionam como embalagens inteligentes, capazes de monitorar a deterioração de filés de peixe em tempo real. Esta técnica, que utiliza antocianinas — pigmentos naturais encontrados em vegetais, especialmente no repolho roxo —, foi empregada pela primeira vez no Brasil. A produção dessas mantas é considerada inovadora devido a sua escalabilidade, facilidade de manejo e baixo custo.

A pesquisa, realizada por uma colaboração entre a Embrapa Instrumentação e outras instituições, demonstrou que as mantas podem ser confeccionadas a partir de resíduos agroalimentares, contribuindo assim para a redução do desperdício de alimentos. O sucesso obtido no monitoramento do frescor de filés de merluza abre a possibilidade de realização de testes adicionais com outras espécies de peixes e frutos do mar.

O funcionamento dessa embalagem inteligente se baseia na mudança de cor que acontece em resposta ao processo de deterioração do alimento. Essa alteração ocorre devido à reação química entre os compostos liberados durante a degradação e os materiais da embalagem. Laboratórios já demonstraram que a manta muda de cor, passando do roxo, que indica frescor, para tons de azul-acinzentados, sinalizando a perda da qualidade do pescado após algumas horas de armazenamento.

Os pesquisadores enfatizam que, embora os resultados sejam promissores, é crucial ampliar os estudos para validar a aplicação desta tecnologia em diferentes tipos de produtos alimentares. A técnica utilizada na produção das mantas é chamada de fiação por sopro em solução (SBS), que oferece uma série de benefícios, incluindo a rápida geração de nanofibras e a utilização eficiente de energia.

Em termos técnicos, esse processo envolve a criação de uma solução polimérica baseada em policaprolactona e antocianinas, que é posteriormente transformada em nanofibras por meio de um equipamento especializado. Essas nanofibras são semelhantes a fibras de algodão e têm mostrado uma notável capacidade de monitorar a deterioração de alimentos.

Além das propriedades funcionais, a utilização de resíduos de vegetais para extrair antocianinas representa uma solução sustentável, minimizando desperdícios e agregando valor a produtos que, de outra forma, poderiam ser descartados.

A pesquisa destaca o potencial das mantas de nanofibras como uma alternativa viável para o desenvolvimento de embalagens que garantam a segurança alimentar, detectando rapidamente a deterioração, e promovendo uma abordagem mais sustentável no setor alimentício. Assim, essa inovação se mostra não apenas uma opção tecnológica, mas também uma estratégia para enfrentar desafios globais relacionados ao desperdício de alimentos e à segurança alimentar.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Matheus Falanga / Embrapa

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