A BRS 54 Lumiar, uma nova cultivar de uva branca sem semente, promete revolucionar a viticultura no Semiárido brasileiro, trazendo uma série de benefícios para os produtores. Essa cultivar não só se destaca pela sua qualidade sensorial, como também oferece vantagens econômicas significativas. As bagas são grandes e elípticas, com uma textura que combina crocância e suavidade. Ademais, possuem um alto teor de açúcares, e apresentam uma acidez equilibrada, sem adstringência na película, tornando-as ideais para o paladar do consumidor.
Um dos principais atrativos é que, por ser uma cultivar nacional, os produtores não enfrentarão a cobrança de royalties que caracteriza a comercialização de variedades estrangeiras. Isso permite que eles apenas arquem com o custo das mudas, refletindo em um custo total reduzido nas operações. Quanto à produtividade, a BRS 54 Lumiar promete gerar de 20 a 22 toneladas por hectare por safra, totalizando cerca de 50 toneladas por hectare ao longo do ano, uma taxa que atende às demandas do mercado crescente.
Essa inovação faz parte do programa “Uvas do Brasil”, que visa desenvolver cultivares adaptadas às condições específicas do Brasil, especialmente na região do Vale do Submédio São Francisco. A validação da cultivar ocorreu em 2019, onde se observou que a BRS 54 Lumiar pode ajudar a minimizar a demanda por mão de obra, uma vez que lida com os gargalos do manejo de cachos, uma tarefa que tradicionalmente requer muitas horas de trabalho.
Os produtores já podem reservar mudas para o plantio, previsto para 2025. Essa nova cultivar será oficialmente lançada em um evento comemorativo ao 52º aniversário da Embrapa, em Brasília, no dia 7 de maio. O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho destacou que a BRS 54 Lumiar é uma entrega de valor ao setor produtivo, podendo beneficiar tanto pequenos quanto grandes agricultores, ao reduzir os custos de produção e aumentar as margens de lucro.
Além das qualidades sensoriais e dos benefícios econômicos, a BRS 54 Lumiar foi desenvolvida com a intenção de atender às exigências do consumidor moderno, que busca frutas com sabores distintos e que sejam visualmente atrativas. Este trabalho de desenvolvimento e melhoramento genético é parte de um esforço contínuo da Embrapa para criar cultivares que sejam sustentáveis e competitivas, contribuindo positivamente para a economia do semiárido brasileiro.
Com a reserva das mudas já em andamento, o futuro da viticultura no Nordeste promete se mostrar mais vibrante e lucrativo, refletindo a rica tradição e os desafios enfrentados pelos produtores da região.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: João Dimas Garcia Maia / Embrapa
