logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

"Comunidades do Acre adotam mini estufas para revolucionar a produção de mudas de castanheira"

COMPARTILHE

Comunidades agroextrativistas do Acre estão implementando uma abordagem inovadora para a produção de mudas de castanheira-da-amazônia, ou castanheira-do-brasil. Desenvolvido por pesquisadores da Embrapa em parceria com os próprios extrativistas, esse método se baseia no uso de mini estufas, um sistema prático, econômico e de fácil operação que se adapta bem à realidade local. Ao contrário do tradicional viveiro comercial, que requer infraestrutura complexa e mão de obra especializada, a técnica inovadora promove a produção em pequena escala, essencial para pequenos produtores da região.

Uma das principais dificuldades do cultivo da castanheira é a quebra da dormência das sementes, um obstáculo que, quando superado, possibilita uma germinação mais uniforme. O uso de mini estufas, confeccionadas a partir de baldes plásticos reaproveitados, oferece um ambiente controlado que melhora o desenvolvimento das plantas. Lúcia Wadt, pesquisadora da Embrapa, explica que a metodologia visa facilitar o acesso a recursos e técnicas que antes eram inviáveis para pequenos agricultores.

Mais de 360 extrativistas já foram treinados e estão produzindo suas próprias mudas tanto para plantios próprios quanto para reabilitação de áreas degradadas. Isso não só ajuda na regeneração florestal, mas também representa uma valiosa oportunidade econômica. A castanheira, com seu alto valor de mercado no Brasil e no exterior, é considerada vital não só para a economia local, mas também para a biodiversidade da Amazônia.

Os desafios enfrentados na produção tradicional de mudas, incluindo a dificuldade de transporte de mudas e a necessidade constante de irrigação, tornam essa nova metodologia ainda mais atrativa. A engenheira florestal Eneide Taumaturgo observa que com o uso de materiais acessíveis, a produção de mudas de alta qualidade não requer uma infraestrutura sofisticada. Exemplos de sucesso, como o de Joziane Evangelista, que após capacitação criou seu próprio viveiro, demonstram a eficácia da técnica.

O impacto ambiental dessa abordagem é considerável, pois o plantio da castanheira ajuda a restaurar ecossistemas degradados e a promover práticas agrícolas sustentáveis. Tais iniciativas estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, visando erradicação da fome e proteção ambiental.

Ademais, a legislação brasileira facilita o registro de pequenos produtores, permitindo que aqueles que comercializam até 10 mil mudas por ano sejam isentos de algumas exigências. Essas condições criam um ambiente propício para o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que asseguram o fortalecimento das comunidades locais. A produção de mudas não é apenas uma atividade econômica; é uma estratégia poderosa para garantir a sustentabilidade e a resiliência das comunidades na Amazônia.

Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Emanuelle Araujo Granja / Embrapa

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade