Na última sexta-feira, dia 6, o Brasil recebeu um importante reconhecimento internacional: o certificado que atesta o país como livre de febre aftosa sem necessidade de vacinação. A entrega foi realizada em Paris por Emmanuelle Soubeyran, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). Essa conquista é resultado de mais de 60 anos de esforços contínuos na área de sanidade animal e marca um marco significativo para a pecuária nacional.
O novo status abre portas para que os produtos brasileiros possam acessar mercados mais exigentes, ampliando as oportunidades comerciais disponíveis. O Brasil, que já se destaca como o maior exportador de carne bovina do mundo, com 87% de sua produção comercializada in natura, se beneficia ainda mais com essa certificação. Com a redução da necessidade de vacinação – cerca de 244 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser imunizados –, espera-se uma economia direta de mais de R$ 500 milhões, o que deve impactar positivamente a viabilidade econômica dos pecuaristas.
Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), destacou que o principal mercado para a carne bovina é o próprio Brasil, e que com essa nova certificação há potencial para explorar novas oportunidades de exportação. Ele ressaltou que este é um momento de transição e expansão para a pecuária e a indústria alimentícia do país.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), também comentou sobre a importância desta certificação, que não só beneficia o setor da carne bovina, mas também tem um impacto positivo para a cadeia de suínos. Ele elogiou o trabalho contínuo e responsável do Brasil em garantir a segurança alimentar em nível global.
O histórico da febre aftosa no Brasil é longo; o primeiro registro da doença ocorreu em 1895. Após décadas de esforços para controle e erradicação, em 2006 foi registrada a última ocorrência no território nacional. O reconhecimento internacional de regiões do Brasil como zonas livres de febre aftosa sem vacinação começou em 2007, quando Santa Catarina se destacou como a primeira região a alcançar esse status. Desde então, outros estados também foram certificados, culminando em 2024 com a suspensão da vacinação em todas as unidades federativas.
Essa trajetória culmina agora em um novo patamar para a sanidade agropecuária, reafirmando o Brasil como um líder mundial na produção de proteína animal, baseado em práticas sustentáveis.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária