Na última quinta-feira, o Palácio do Itamaraty, em Brasília, acolheu o evento de abertura do II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural. Este encontro, que incluiu um Diálogo Ministerial, concentrou-se em temas essenciais como sistemas agroalimentares sustentáveis, pesquisa e inovação, além de políticas públicas e financiamento voltadas ao desenvolvimento rural.
Durante o evento, o foco foi dado ao primeiro painel que discutiu a construção de sistemas agroalimentares resilientes e sustentáveis, com especial atenção à agricultura familiar. Uma das principais questões abordadas foi o progresso da agropecuária brasileira, que, ao longo das últimas décadas, evoluiu significativamente graças à adoção e ao compartilhamento de tecnologias adequadas aos diversos biomas do país. Com isso, houve um aumento na produtividade e na competitividade do setor agropecuário.
Citou-se como um marco importante a criação da Embrapa, a empresa pública de pesquisa agropecuária, que se destacou por seu papel no melhoramento genético de sementes e raças de animais. Este avanço permitiu ao Brasil se tornar autossuficiente na produção de alimentos, um objetivo que muitos países ainda buscam alcançar. A troca de tecnologias, especialmente em relação às semelhanças climáticas entre o Brasil e muitos países africanos, foi enfatizada como uma oportunidade para o desenvolvimento conjunto.
O painel também trouxe à tona o programa Caminho Verde Brasil, uma iniciativa que visa recuperar 40 milhões de hectares de áreas degradadas em dez anos, reforçando a ideia de que a recuperação de terras é uma alternativa viável ao desmatamento. Assim, busca-se promover tanto a sustentabilidade quanto a produtividade.
Representantes de vários países africanos, incluindo Angola, expressaram interesse em fortalecer cooperações com o Brasil, destacando a importância de investimentos na agricultura e florestas. A presença de empresários brasileiros em missões ao continente demonstra um comprometimento com a negociação de parcerias estratégicas.
Outros temas discutidos incluíram a importância do acesso ao crédito agrícola e a necessidade de assistência técnica, além do papel fundamental que instituições como a Embrapa desempenham na construção de uma agricultura mais moderna e eficiente.
A diretora da Agência de Desenvolvimento da União Africana ressaltou que este diálogo vai além da questão agrícola, sendo uma oportunidade para que África e Brasil criem um marco formal de cooperação voltado à transformação agrícola e à resiliência climática. A influência das tecnologias desenvolvidas no Brasil é vista como um passaporte para um aprendizado mútuo que beneficia ambos os lados.
Ao fim do encontro, a agenda Brasil-África emergiu como uma plataforma de troca de conhecimentos e experiências, reforçando o compromisso com a busca de alternativas de financiamento e investimentos voltados para o desenvolvimento sustentável e a mitigação da fome e da pobreza. Essa interação poderá gerar soluções concretas que beneficiem as populações dos países envolvidos.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária