O governo brasileiro expressou sua preocupação com a decisão recente do governo norte-americano de impor tarifas adicionais de 10% em todas as exportações brasileiras para os EUA. Essa medida, que se soma às tarifas já existentes nos setores de aço, alumínio e automóveis, vai contra os compromissos comerciais estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio e terá impactos significativos em todas as exportações de bens brasileiros para os Estados Unidos.
De acordo com dados oficiais, o superávit comercial dos EUA com o Brasil em 2024 foi de US$ 7 bilhões somente em bens e US$ 28,6 bilhões incluindo bens e serviços, tornando-se o terceiro maior superávit comercial do país no mundo. Ao longo dos últimos 15 anos, os EUA acumularam um superávit comercial expressivo de US$ 410 bilhões com o Brasil, o que coloca em questão a justificativa de restabelecer o equilíbrio e a reciprocidade comercial através da imposição de tarifas adicionais.
Com o intuito de proteger os interesses das empresas e trabalhadores brasileiros, o governo do Brasil está em consulta com o setor privado para defender a produção nacional diante do governo dos EUA. Além disso, está aberto ao diálogo com os EUA para reverter as medidas anunciadas e mitigar seus impactos negativos o mais rápido possível. Caso necessário, o Brasil considerará recorrer à Organização Mundial do Comércio para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral e proteger seus interesses nacionais.
É importante ressaltar que o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, o qual está em processo de apreciação na Câmara dos Deputados, como forma de fortalecer a posição do Brasil em relação às medidas comerciais adotadas pelos EUA. O governo brasileiro está comprometido em defender os legítimos interesses nacionais no comércio internacional e buscar soluções que garantam um ambiente de comércio justo e equilibrado.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária