Na última terça-feira, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) anunciou a concessão da Indicação Geográfica (IG) para o Vale do Paraíba, beneficiando 39 municípios da região. Essa marca representa a décima IG no Estado de São Paulo e visa valorizar produtos com origem especificada, oferecendo um diferencial competitivo. O fomento deste reconhecimento teve início há aproximadamente três anos, com o suporte de diversas instituições, incluindo a Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP) e o Sebrae-SP.
O destaque desta IG é a produção de mel, que se firmou no Vale do Paraíba há mais de um século. Um ponto crucial do desenvolvimento dessa atividade foi a fundação do Instituto de Zootecnia em Pindamonhangaba, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado, onde se realizaram iniciativas de melhoramento genético de abelhas rainhas. Essa melhoria buscou não apenas aumentar a produtividade das colmeias locais, mas também fortalecer a apicultura em todo o Brasil.
Juliana Antunes, agrônoma da SFA-SP, compartilhou suas impressões sobre as reuniões iniciais do grupo de produtores que lutavam pela criação da IG. Ela ressaltou a confiança dos apicultores na iniciativa e a paixão deles pelo reconhecimento do seu trabalho. Esse comprometimento foi fundamental na defesa da notoriedade da IG.
A Associação Socioeducativa de Pequenos Produtores Rurais de Redenção da Serra e Região (Nutrir) foi a responsável pelo processo. A vice-presidente da associação, Neide Bandeira de Oliveira, informou que todos os produtores de mel dos 39 municípios tiveram que comprovar a adesão a um “caderno de especificações” que regulamenta a produção. Segundo Neide, é essencial que os apicultores sigam um rigoroso controle técnico e rastreabilidade, uma vez que a simples produção na região não garante o selo. Essa conquista é considerada um valioso agregado para o produto.
Deivison Daniel Gonçalves, um dos produtores que participou o processo, comentou que a verdadeira jornada começa agora com a formação do conselho regulador da IG. Ele acredita que esse reconhecimento representa um grande avanço para os apicultores locais, destacando a qualidade e a importância do mel produzido na região. A certificação não apenas valoriza o esforço dos produtores, mas também fortalece a identidade do território.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária