O Vale do Ribeira, localizado no Estado de São Paulo, acaba de receber uma nova indicação geográfica (IG) para o palmito pupunha, um reconhecimento oficialmente concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O selo de Indicação de Procedência é um importante marco para os produtores locais, pois traz consigo a promessa de oportunidades econômicas e um diferencial no mercado.

A Indicação Geográfica é parte de uma estratégia mais ampla que visa não apenas valorizar produtos regionais, mas também promover práticas agrícolas sustentáveis e rentáveis. Com a inclusão do palmito pupunha na lista de produtos com IG, São Paulo agora possui 12 indicações, sendo que nove delas estão diretamente relacionadas ao setor agropecuário.

Para utilizar o selo de IG, os cultivadores da região precisam seguir rigorosamente as práticas tradicionais estabelecidas em um caderno de especificações, elaborado em conjunto com a comunidade agrícola local. Estima-se que cerca de 1.800 produtores estejam envolvidos na cultura da pupunha, que se espalha por aproximadamente 10 mil hectares, conforme informações fornecidas pela Associação dos Produtores de Pupunha do Vale do Ribeira (Apuvale).

Desde 2019, o processo de implementação dessa IG está sendo monitorado de perto. Nesse período, reuniões foram organizadas para informar os produtores sobre as diretrizes da IG e promover visitas a instalações de processamento da região.

O palmito pupunha destaca-se por sua adaptabilidade ao clima quente e úmido, sendo cultivado na região desde os anos 1940. Um dos aspectos que o diferenciam é sua capacidade de rebrota, permitindo múltiplas colheitas sem a necessidade de extrair a palmeira, o que o torna uma alternativa mais sustentável do que outras espécies, como a juçara e a palmeira-real, que eram amplamente exploradas de forma extrativista.

A nova IG abrange diversas cidades, incluindo Barra do Turvo, Cajati, e Cananéia, entre outras. A sede da Apuvale está situada em Registro. O selo é aplicável ao palmito em haste, além de produtos minimamente processados e processados. Variedades como toletes, rodelas e até preparações em conserva são contempladas, desde que atendam às normativas estipuladas pela legislação e pelo regulamento da IG.

Essa iniciativa não só valoriza o produto, mas também eleva a identidade cultural e econômica da região, promovendo um desenvolvimento sustentável e responsável.

Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária