O alho foi recentemente incluído no Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), uma iniciativa destinada a identificar as regiões mais adequadas e os períodos ideais para o cultivo dessa hortaliça no Brasil. O Zarc se baseia em análises das condições meteorológicas, visando minimizar riscos de perdas de produção causadas por eventos climáticos adversos.
Este zoneamento atua como uma importante ferramenta de segurança para agricultores, instituições financeiras e seguradoras, alertando sobre o aumento das chances de prejuízos quando a plantação ocorre fora das datas recomendadas. O foco é identificar as áreas com menor risco climático e os melhores períodos para o plantio, buscando assim aumentar a produtividade e reduzir perdas.
Os estudos para o alho contemplaram principalmente as cultivares nobres, que representam a maior parte da produção nacional. Essas variedades são mais valorizadas no mercado por apresentarem melhor qualidade dos bulbos. Os especialistas destacam que o zoneamento é dividido em duas regiões, dependente do clima tropical ou subtropical, algo crucial porque, mesmo entre cultivares semelhantes, há diferenças marcantes nos períodos de plantio e nos métodos de cultivo.
O alho, originário de regiões mais frias da Ásia, exige condições específicas de temperatura e fotoperíodo para se desenvolver corretamente. As cultivares nobres requerem mais de 13 horas de luz diária e temperaturas entre 13ºC e 18ºC para a formação adequada dos bulbos. Durante diferentes fases do desenvolvimento da planta, as exigências de temperatura variam, mostrando a necessidade de um acompanhamento detalhado por parte dos produtores.
Além disso, é fundamental que a vernalização, um tratamento pré-plantio, seja aplicada para assegurar que os bulbos respondam de forma eficiente às condições climáticas, especialmente em áreas de clima tropical. Este tratamento pode reduzir a exigência da planta em relação ao fotoperíodo, possibilitando seu cultivo em regiões antes consideradas inadequadas.
Outra preocupação relevante para o cultivo de alho é a disponibilidade de água. Com um sistema radicular superficial, a planta é bastante sensível à falta de água, o que aumenta a necessidade de irrigação. A irrigação deve ser feita de maneira controlada, considerando que tanto a escassez quanto o excesso de água podem prejudicar a qualidade e a produtividade da cultura.
Adicionalmente, os agricultores devem evitar plantar alho em áreas onde já tenham sido registrados surtos de doenças como a podridão branca, que pode comprometer seriamente toda a produção. A escolha do local, as práticas de manejo e o respeito às diretrizes do zoneamento são essenciais para garantir o sucesso do cultivo.
Em síntese, o zonamento agrícola para o alho serve como um guia importante para maximizar a produtividade e a segurança dos agricultores, proporcionando informações valiosas sobre as melhores práticas de cultivo em cada região do Brasil. A colaboração entre instituições de pesquisa e associações de produtores também é fundamental para o desenvolvimento de melhores práticas e para a disseminação de informações que possam ajudar no manejo responsável da cultura.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária













