O programa Caminho Verde Brasil, desenvolvido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi recentemente apresentado durante um painel que abordou a questão da recuperação de pastagens degradadas. O evento, promovido pela CropLife Brasil no espaço AgriTalks da AgriZone, reuniu especialistas para discutir como o uso de tecnologias inovadoras, a disponibilidade de financiamento e a implementação de boas práticas podem impulsionar a recuperação de áreas afetadas no Brasil.
Nos últimos anos, o Brasil tem demonstrado progresso na recuperação de pastagens. Entre 2010 e 2020, por meio do Plano ABC, foram restaurados cerca de 26,8 milhões de hectares. A fase atual do programa, intitulada ABC+ e que se estende de 2021 a 2030, tem como meta a recuperação de mais 30 milhões de hectares, adotando práticas adequadas de manejo e técnicas de baixa emissão. Essas ações visam aumentar a produtividade agrícola, diminuir a pressão sobre a abertura de novas áreas e contribuir para a agenda climática do país.
O Caminho Verde Brasil é considerado uma iniciativa fundamental para promover a recuperação produtiva dentro de um contexto de compromisso ambiental. O programa tem como objetivo recuperar 40 milhões de hectares nos próximos dez anos, estabelecendo um compromisso com o desmatamento zero nas propriedades que participarem. Além disso, requer a elaboração de um balanço de carbono anual a partir do terceiro ano de participação e estimula a adoção de tecnologias sustentáveis previstas no ABC+.
A primeira fase do programa está sendo viabilizada através do Eco Invest, que alocou R$ 30,2 bilhões para o Caminho Verde Brasil. Essa fase tem como prioridade a recuperação de até 3 milhões de hectares, especialmente no Cerrado, mas com abrangência em todo o território nacional. Os produtores que decidirem aderir ao programa poderão acessar linhas de crédito com juros reduzidos e receber incentivos adicionais ao implementarem práticas sustentáveis, como o uso de bioinsumos e a integração entre lavoura e pecuária.
Como contrapartida, esses participantes precisarão assumir compromissos ambientais e monitorar o balanço de carbono de suas propriedades, utilizando metodologias desenvolvidas pela Embrapa. O programa também facilita a familiarização dos produtores com a terminologia relacionada ao carbono e com os requisitos para acessar mercados voluntários e regulados no futuro. Essa iniciativa visa alinhar as atividades do setor produtivo com as exigências ambientais, preparando o país para novas oportunidades e desafios ligados ao carbono.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária













