Descarbonização em Alagoas: A Expansão das Florestas Plantadas e o Plano ABC+
Nos últimos dez anos, Alagoas tem avançado significativamente na ampliação das florestas plantadas, projetando atingir 42 mil hectares até 2025. Esse crescimento inclui um aumento de 10 mil hectares na área dedicada ao cultivo de eucalipto apenas nos últimos três anos, segundo informações do jornal Tribuna Independente.
O progresso está alinhado ao Plano de Agricultura de Baixo Carbono – o Plano ABC+ Alagoas. Coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri), o plano visa mitigar a emissão de gases de efeito estufa na agropecuária, ao mesmo tempo que promove a fixação de carbono na atmosfera. Com isso, espera-se que as áreas de plantio de eucalipto sejam incrementadas em mais 15 hectares, e o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) cresça em 2.300 hectares até 2030.
“Acompanhamos o crescimento das florestas plantadas, que são essenciais para o nosso plano de sustentabilidade. A tendência é que até o fim da década tenhamos uma nova expansão das áreas plantadas, impulsionando a redução dos gases de efeito estufa e o sequestro de carbono”, comenta Aline Rodrigues, secretária da Seagri. Atualmente, Alagoas registra produtividade acima da média nacional, com 60 metros cúbicos por hectare por ano, em comparação à média do Brasil de 39 metros cúbicos. As florestas de eucalipto, até o fim de seu ciclo, podem reter entre 70 a 140 toneladas de CO2 por hectare.
Crescimento Sustentável e Economia Verde
A expansão do plantio de florestas também é resultado da atuação de empresas do setor, que têm contribuído para a produção sustentável na região. Desde 2014, o estado vive um crescimento na silvicultura, impulsionado por iniciativas que exploram a biomassa para a matriz energética sustentável e sistemas silvipastoris.
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), através da Superintendência de Políticas Energéticas, monitora diversos projetos, destacando iniciativas como a Veolia, que utiliza biomassa de eucalipto para geração de vapor no Polo Industrial de Marechal Deodoro; a Amaru Sustentabilidade, voltada para o setor moveleiro; e a Caetéx, que produz móveis a partir de madeira de reflorestamento.
Macaé é um dos principais polos de produção de eucalipto, com mais de 20 mil hectares cultivados, destacando-se pela alta produtividade. O estado mantém uma matriz energética limpa, com 82% de fontes renováveis.
“O projeto da Veolia é um dos mais avançados, oferecendo eficiência energética ao substituir combustíveis fósseis. Além disso, projetos como Amaru Sustentabilidade e Caetéx diversificam o uso do eucalipto na economia local”, afirma Bruno Macedo, superintendente de Políticas Energéticas da Sedics.
O Futuro Sustentável de Alagoas
A integração da agricultura e pecuária com florestas, por meio de sistemas como o ILPF, também tem crescido. A estimativa é de que, até 2025, as áreas dedicadas a esse sistema aumentem de 600 para 1.000 hectares. Entre 2020 e 2022, a área de silvicultura em Alagoas subiu de 21.852 para 27.575 hectares, com 51 produtores já registrados.
As regiões Norte do estado, particularmente Maceió, Flexeiras e Atalaia, concentram a produção, que é impulsionada por uma nova consciência entre os produtores sobre os benefícios das florestas plantadas. “O manejo do eucalipto vem evoluindo, e a silvicultura está em ascensão no Brasil. Hoje, temos práticas mais sustentáveis e produtivas”, finaliza Marcos Rezende, engenheiro florestal e coordenador de Silvicultura da Veolia.
Alagoas se destaca como um modelo de desenvolvimento sustentável, investindo em políticas públicas que asseguram a segurança do investidor e geram benefícios sociais significativos, como a criação de empregos e a promoção da renda local.