Em 2025, a saúde mental dos empresários brasileiros se torna um tema de crescente preocupação. Uma pesquisa nacional realizada com 1.627 empresários, entre os dias 10 e 19 de novembro, revela que os problemas psicológicos estão impactando fortemente o setor. Mais da metade dos entrevistados (54%) reportou sofrer com sintomas como ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais, o que sinaliza um quadro alarmante para a saúde mental no ambiente empresarial.
A conexão entre saúde mental e saúde financeira é inegável. Os dados demonstram que 65% dos gestores que enfrentam dificuldades financeiras relataram problemas emocionais, ao contrário de 48% entre aqueles que mantêm suas contas em dia. Da mesma forma, a situação do negócio influencia diretamente o estado mental dos proprietários: 69% dos empresários que registraram prejuízos também vivenciaram sintomas de adoecimento, enquanto esse número cai para 46% entre aqueles que obtiveram lucros e 55% para os que ficaram no equilíbrio.
Além dos números, a gravidade dos sintomas preocupa especialistas. Em uma escala de 1 a 10, a média de intensidade dos sintomas foi de 5,7, abrangendo casos de ansiedade, insônia, estresse e exaustão mental. Entre os mais graves, estão relatos de crises de pânico, sintomas físicos como falta de ar e taquicardia, depressão profunda e burnout.
Paulo Jelihovschi, psicólogo e especialista em saúde mental na Abrasel, alertou sobre a necessidade de uma reflexão aprofundada sobre o tema: “O ambiente de trabalho é uma parte essencial da vida das pessoas. Quando o trabalho não vai bem, a vida pessoal também sofre. A interação entre ambos é direta: impactos negativos no trabalho podem resultar em adoecimento mental”.
Essa questão não impacta apenas os empresários, mas também seus colaboradores. A pesquisa indica que 41% dos funcionários estão apresentando sinais de adoecimento psicológico, sendo que 45% destes casos resultaram em afastamentos. Tal quadro se complica ainda mais, considerando que 23% das empresas notificaram prejuízos em outubro e 35% estão com dívidas em atraso, elevando a pressão sobre todos os envolvidos.
Diante desse cenário, é crucial que tanto empresários quanto empregados estejam atentos aos sinais de adoecimento e busquem estratégias de cuidado, além de considerar a assistência profissional quando necessário. A saúde mental precisa ser uma prioridade, e reconhecer a importância do diálogo e do suporte mútuo é fundamental para enfrentar esses desafios.
Com informações e fotos da Abrasel/BR













