logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Etene e UFC Discutem Ameaças de Praga ao Extrativismo no Semiárido

COMPARTILHE

Pesquisadores do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) e da Universidade Federal do Ceará (UFC) têm discutido os impactos e as ameaças da praga Cryptostegia Madagascariensis no semiárido nordestino, especialmente em relação ao extrativismo local. Uma videoconferência recente abordou os desafios do controle dessa praga invasora, que tem origem na ilha de Madagascar e tem se dispersado por várias regiões tropicais do planeta devido a atividades humanas.

O evento contou com a participação de especialistas renomados, incluindo um doutor em Biologia Vegetal, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais da UFC, e o biólogo Rafael Carvalho Costa, conhecido por seus estudos na Caatinga e os efeitos de espécies invasoras em ecossistemas nativos. A Cryptostegia Madagascariensis tem mostrado ser extremamente agressiva, ameaçando diretamente as áreas de carnaubeira, planta emblemática do Nordeste.

Caracterizada como espécie trepadeira, a praga utiliza outras árvores como suporte, cobrindo suas copas, o que bloqueia a luz solar e leva à morte das plantas afetadas. Além disso, compete fortemente com a vegetação nativa por água e nutrientes, aumentando os danos causados. Rafael Carvalho ressalta que essa espécie invasora causa a eliminação de plantas locais ao se enrolar nos troncos e impedir a passagem de luz solar. O impacto ecológico inclui ainda alterações nos fluxos hídricos, levando potencialmente ao ressecamento do solo.

Economicamente, o problema é igualmente grave. A carnaubeira, apelidada de ‘árvore da vida’, é vital para a geração de renda no semiárido, ainda mais durante as secas, através da coleta de folhas e produção de cera de carnaúba, utilizada desde a indústria cosmética até a automotiva. A progressão da praga representa uma ameaça significativa a essa cadeia produtiva, com efeitos negativos tanto ambientais quanto sociais. Comunidades rurais inteiras são afetadas pela perda de áreas produtivas, comprometendo a biodiversidade e a economia da região.

Entre 2019 e 2024, as exportações de cera de carnaúba superaram US$ 595 milhões, demonstrando a importância econômica crucial desse produto. Os estados do Ceará e Piauí lideram as exportações. Contudo, o panorama é desafiador, pois não há métodos químicos eficazes para o controle da praga, sendo o manejo manual uma alternativa complexa.

No entanto, esforços conjuntos do Banco do Nordeste e seus parceiros buscam enfrentar não apenas a praga, mas também fomentar a viabilidade econômica e o aprimoramento profissional das famílias envolvidas. Iniciativas incluem inovações, capacitacao e expansão dos canais de comercialização de produtos artesanais, visando contornar os desafios atuais e garantir a sustentabilidade do extrativismo na região.

Com informações do Banco do Nordeste – BNB
Fotos: BNB

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade