A saúde pública nos Municípios brasileiros enfrenta sérios desafios que afetam diretamente o atendimento à população, conforme relatado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). Um dos principais obstáculos é a desigual distribuição de médicos especialistas, que se concentra nas regiões mais desenvolvidas, como capitais e grandes centros urbanos. Isso deixa muitos Municípios sem assistência adequada, dificultando o acesso a consultas especializadas essenciais para diagnósticos e tratamentos eficazes.
A carência é visível em especialidades como urologia, cardiologia e oncologia, onde a oferta de profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS) é insuficiente para atender à demanda. Pacientes são obrigados a viajar longas distâncias para consultas, o que diminui a adesão ao tratamento e compromete o acompanhamento da saúde. Essa situação evidencia a urgência de recursos para que os Municípios incentivem a permanência desses profissionais nas áreas menos assistidas.
Veja o quadro abaixo:
Outro ponto crítico é o subfinanciamento das consultas especializadas no SUS, que limita a capacidade dos Municípios de fornecer atendimento adequado. O valor repassado para consultas com urologistas gira em torno de R$ 10, desestimulando a participação desses profissionais e resultando em filas de espera. Para garantir o acesso, muitos Municípios complementam o pagamento, chegando a desembolsar R$ 140 ou mais por consulta, devido à insuficiência de recursos federais.
Saúde do Homem
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Pnaish) é fundamental para atender as necessidades da população masculina, historicamente pouco assistida. Contudo, sua implementação enfrenta desafios, como a falta de recursos, a capacitação de profissionais e a articulação entre diferentes níveis de atenção à saúde, além de barreiras culturais que dificultam a adesão a programas preventivos.
A CNM reconhece a importância dessa política para ampliar a atenção integral e reduzir disparidades em saúde, mas enfatiza que, sem ajustes no financiamento e medidas eficazes para a distribuição de especialistas, seus resultados ficarão comprometidos. É essencial que as esferas federal e estadual atuem em conjunto para superar esses obstáculos, investindo em infraestrutura, formação e valorização dos profissionais, além de expandir o acesso à saúde de qualidade em todo o Brasil.













