Alagoas é indiscutivelmente um cenário encantador, tanto para os humanos que visitam quanto para os animais marinhos que deslizam por suas águas, especialmente durante a temporada em que as temperaturas sobem. Nos últimos dias, a internet foi invadida por vídeos mostrando encontros próximos entre banhistas e criaturas como tartarugas-marinhas e peixes-boi. Diante dessa crescente interação, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) emitiu um alerta sobre a necessidade de cuidados específicos ao se deparar com esses animais.
Recentemente, algumas gravações mostraram peixes-boi se aproximando de embarcações e “pegando carona” por alguns instantes. Segundo João Vinícius, biólogo e consultor ambiental do IMA, é crucial entender que esses encontros, embora encantadores, devem ser abordados com cautela. Ele enfatiza a importância de não interagir: “Por mais que sejam momentos especiais, esses são animais silvestres que não estão habituados ao contato humano. Portanto, é fundamental não tocar, não alimentar e, acima de tudo, manter uma distância segura.”
Além disso, os peixes-boi são conhecidos por sua curiosidade e, ao mesmo tempo, por serem bastante sensíveis. Por isso, o especialista recomenda que aquelas embarcações que cruzem o caminho desses animais sigam com calma e evitem fazer barulho, seja de motores ou de caixas de som, até que os animais se afastem.
As tartarugas-marinhas, por sua vez, têm sido avistadas na água ou na areia, especialmente durante a maré baixa. Infelizmente, algumas pessoas têm se aproximado demais, chegando a tocá-las ou iluminá-las com flash. É importante destacar que Alagoas é um dos principais locais de desova de tartarugas, e a época do ano, com seu clima quente, é ideal para que esses animais se reproduzam. Assim, é ainda mais vital que a população não tente devolver uma tartaruga ao mar caso a encontre na praia, pois isso pode interromper seu ciclo natural.
A desova é um processo essencial para a sobrevivência da espécie, e se um cidadão se deparar com uma tartaruga, deve evitar ruídos excessivos e lembrá-la que usar flash ou lanterna pode causar estresse desnecessário.
Interações, mesmo que pareçam inofensivas, são proibidas, pois podem afetar comportamentos naturais dos animais e colocar em risco tanto a saúde deles quanto a dos humanos. Para situações críticas, o IMA recomenda que a população contate os órgãos ambientais para garantir o resgate e os cuidados adequados.
No caso das tartarugas-marinhas, o IMA mantém parceria com o Instituto Biota, que gerencia a proteção desses animais, enquanto o manejo do peixe-boi é realizado pelo Projeto Peixe-boi, coordenado pelo ICMBio. O consultor reforçou: “Se o animal estiver levando uma vida normal, basta seguir as recomendações e aproveitar esses momentos únicos; observe, admire e nunca interfira.”
Com informações e fotos da Semarh/AL
