Na manhã de quinta-feira, 20 de novembro, a Serra da Barriga em Alagoas se encheu de vida e história para comemorar o Dia da Consciência Negra, marcado pela celebração dos 330 anos da memória de Zumbi dos Palmares. O vice-governador Ronaldo Lessa, representando o governador Paulo Dantas, participou do evento ao lado da comunidade quilombola Muquém, herdeira do legado do Quilombo dos Palmares. Delegações internacionais, incluindo representantes do Haiti, Angola e Togo, vieram ao local para se unir a esta data significativa.

“Estar na Serra da Barriga foi resgatar o passado e viver a cultura negra, quilombola e indígena no presente. O futuro só se constrói valorizando essas identidades que moldaram o Brasil”, declarou Lessa, refletindo o sentimento compartilhado por todos os presentes.

A programação começou ainda na madrugada, com rituais ancestrais que envolveram mestres de capoeira e grupos culturais. No Parque Memorial Quilombo dos Palmares, o local se transformou em um espaço não apenas de encontro, mas de celebração viva da ancestralidade. Quatro palcos temáticos foram montados, abrigando cortejos, rodas de conversa e manifestações espirituais.

A vibrante atmosfera da Serra foi, no entanto, interrompida por um momento de pesar. Um corpo foi encontrado na Lagoa dos Negros, área de significativa importância espiritual, e, em respeito à vítima, a programação foi suspensa. O silêncio que tomou conta do platô se converteu em uma reflexão sobre a verdadeira responsabilidade de ocupar aquele espaço sagrado.

Enquanto isso, na cidade de União dos Palmares, a celebração continuou com apresentações culturais no Espaço Jatobá, reforçando o espírito de resistência coletiva que caracteriza a população local.

A presença dos convidados internacionais acrescentou um valor simbólico à ocasião, destacando a importância do local como um marco da resistência negra global. O evento também contou com a participação de várias lideranças estaduais e municipais, incluindo o prefeito Júnior Menezes e diversas autoridades de Alagoas.

Esse conjunto de atividades reflete o comprometimento do Estado em valorizar e respeitar as culturas que moldam a identidade alagoana, ao mesmo tempo em que se reafirma a necessidade de combater racismo e promover igualdade racial em diversas esferas da sociedade. A imersão na cultura afro-brasileira, tanto na Serra quanto em União dos Palmares, reafirma que a luta pela resistência e pelos direitos continua viva e pulsante.

Com informações e imagens do Governo de Alagoas.