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Conectados ao Master, políticos influentes levam milhares de aposentados ao desespero | José Osmando

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O desmembramento dos fatos atrelados à prisão do banqueiro Daniel Vorcano e a decretação de falência do Banco Master- em razão de práticas criminosas no mercado financeiro-, começam a esclarecer que o crescimento econômico de certos grupos desse segmento não se dá por obra do ocaso, nem por milagre. 

A trilha que se segue para entender o perfil de atuação do mineiro Vorcano e de seu banco, expõe de modo muito claro o quanto ele contou com ajuda precisosa e poderosa de lideranças políticas no Congresso e de gestores públicos detentores de importantes cargos no Executivo.

Ao se olhar para o que aconteceu no Distrito Federal, onde o governador Ibaneis Rocha, rendendo-se a trabalho planejado de presidentes de dois partidos políticos, determinou a aplicação de R$ 12,2 bilhões do Banco Regional de Brasília no Banco Master, tem-se um pouco de entendimento de como o desenho era feito. No mapa do caminho que foi traçado( tudo com conhecimento de Ibaneis, conforme apontam as investigações policiais), o Banco Master passaria a controlar 36% de todas as ações do seu próprio comprador (o BRB).

Ou seja, era o dinheiro público  que saía dos cofres de um banco oficial, para engordar o patrimônio de uma instituição privada  que já vinha no radar de desconfiança do Banco Central e do Tribunal de Contas da União.

No caso do BRB, tudo começa no início do ano, com a exposição do projeto de compra de 58% do capital do Master pelo banco oficial do DF, com debates intensos na Câmara Legislativa e os olhares desconfiados do Ministério Público e TCU já naquele momento, após os legisladores, em processo rápido, terem aprovado o negócio. 

A ideia do presidente do Master, seguro de que já poderia garantir o controle de 36% do BRB, era criar um banco paralelo e passar a ser o seu presidente. Tudo em combinação com setores da classe política.

Nesse percurso de quase um ano, há muitas críticas a setores internos do próprio Banco Central, que teria enfranquecido as investigações, até resultar nas medidas finais adotadas nesta semana, com a prisão de Vorcaro e o fechamento do banco.

Os avanços do Banco Master não ficaram apenas em Brasília.  No  Rio de Janeiro, O Governador Cláudio Castro ignorou alertas de alto risco feitos pelo Mnstério Público e Tribunal de Contas do Estado e investiu mais de R$ 3 bilhões  no Banco Master. Só de dinheiro que saiu da Rioprevidência – a empresa que cuida das oposentadorias dos servidores públicos, foram cerca de R$ 2 bilhões, qeu se comam a volume expressivo  transferido da Cedae.

O mais doloroso nessa perversa atuação de políticos conectados com os crimes cometidos por instituições financeiras do nível do Master, é saber que grande parte dos recursos foi retirada dos fundos de pensão e aposentadoria de servidores públicos, levando ao sacrifício e desespero milhares de pessoas que levaram a vida trabalhando a alimentaram o sonho e o direito de ter um resto de vida sossegado e digno.

Pelos levantamentos revelados pelas investigações, pelo menos 18 fundos estaduais e municipais tiveram seus recursos transferidos para aplicações no Master, num total de cerca de R$ 1,86 bilhão.  E isso é ainda mais grave, diante da advertência do Ministério da Previdência Social de que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) não cobre aplicações em regimes próprios de previdência dos estados e municípios.

O ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira, agora ocupando uma cadeira na Câmara Municipal da Capital alagoana, vem há muito tempo denunciando que a Prefeitura local transferiu R$ 117 milhões do Fundo de Previdência dos Servidores Municipais para o falido Banco Master. 

Seus apelos e denúncias não tiveram sucesso e agora aposentados e pensionistas estão a ver navios, sem saber se poderão contar com o dinheiro que lhes pertencem. 

Além disso, numa outra manobra misteriosa do prefeito JHC, as contas bancárias de todos os servidores municipais foram transferidas para o BRB, que agora é o banco oficial da Prefeitura de Maceió, embora todos os diretores do banco brasiliense tenham sido afastados, por ordem do Banco Central, durante as operações  realizadas ontem.

Por José Osmando

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