A redução das emissões de metano é considerada uma das medidas mais eficazes para combater as mudanças climáticas de forma rápida. Nesse contexto, a agropecuária brasileira desempenha um papel fundamental. Recentemente, foi realizado um painel no Museu das Amazônias, em Belém, durante a COP 30, que tratou do tema. O evento, intitulado “Metano: Freio de Emergência Climática – Do Campo ao Clima: A Agropecuária na Rota da Redução do Metano”, foi organizado pelo Global Methane Hub em parceria com o Instituto Uma Gota no Oceano. O painel trouxe à mesa especialistas e representantes de organizações civis que destacaram a importância de estratégias para mitigar as emissões de metano, um potente gás de efeito estufa.
Durante a discussão, o auditor fiscal federal agropecuário Sidney Medeiros enfatizou que a transição para sistemas de produção mais sustentáveis está diretamente vinculada à assistência técnica e à inovação tecnológica. Ele abordou a necessidade de universalizar o conhecimento sobre práticas de agricultura de baixas emissões de carbono. Segundo ele, um dos desafios é o avanço lento da adoção de tecnologias, como a biodigestão, nas propriedades rurais. Medeiros alertou que não são todos os produtores que estão dispostos a investir em biodigestores, devido à falta de suporte financeiro e à ausência de agentes que possam preencher lacunas tecnológicas.
A importância da cooperação internacional também foi ressaltada. O lançamento de um guia para redução de metano que ocorreu durante a COP 30, focado no manejo de resíduos da produção animal, foi mencionado como um exemplo de como compartilhar boas práticas pode beneficiar diversos países. A capacidade de aprendizado mútuo foi destacada como um aspecto crucial na formulação de estratégias de mitigação.
O auditor apresentou um caso de sucesso de uma política pública que facilitou o acesso a crédito para instalação de biodigestores, mostrando como a disseminação de informações pode estimular investimentos no setor agropecuário. O painel também contou com a presença de especialistas como Gabriel Quintana, do Imaflora, e Ludmila Rattis, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que discutiram sobre governança e ciência aplicável à redução das emissões.
A discussão deixou claro que, devido à curta permanência do metano na atmosfera em comparação ao dióxido de carbono, a redução rápida desse gás pode trazer benefícios significativos em um intervalo menor, apoiando a transição global rumo a sistemas alimentares mais resilientes. A iniciativa faz parte de uma série de encontros promovidos pelo Global Methane Hub, visando propostas concretas para a mitigação de superpoluentes climáticos, alinhando-se com os esforços de fomento à agropecuária sustentável e pesquisa inovadora.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária
