No dia 14 de julho, durante a AgriZone, evento associado à COP 30, foi apresentado o Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP), uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Este centro visa promover a autonomia tecnológica do Brasil, promover a economia circular e otimizar sistemas produtivos que sejam mais eficientes e com menor impacto ambiental.
O painel intitulado “Descarbonização e Economia Circular no Agro: O Papel do CEFENP na Inovação Sustentável” contou com a participação de José Carlos Polidoro, assessor da Secretaria-Executiva do Mapa. Neste contexto, Polidoro enfatizou que o CEFENP representa a maior articulação público-privada já realizada no setor. A iniciativa une empresas, instituições de pesquisa e universidades, além de diversos representantes da cadeia de fertilizantes, com o objetivo de enfrentar desafios que historicamente têm limitado o desenvolvimento agrícola no Brasil. Uma delas é a elevada dependência de fertilizantes importados, que atualmente oscila em torno de 90%.
Destacou-se que a realidade tropical do Brasil demanda tecnologias específicas para aumentar a eficiência na aplicação de nutrientes e reduzir perdas no solo. Um dado alarmante foi apresentado: 57% dos agricultores familiares não têm acesso a nenhum tipo de nutriente — seja biológico, mineral ou natural. Essa situação interfere diretamente na produtividade, na renda e na segurança alimentar. A ampliação do acesso a tecnologias adequadas, portanto, é fundamental para fortalecer o setor agrícola e contribuir para a agenda climática.
O CEFENP funcionará como uma rede nacional, estabelecendo hubs em regiões estratégicas, especialmente no Norte, onde estão localizadas importantes reservas de potássio. Essa rede visa acelerar o desenvolvimento de soluções inovadoras e facilitar a conexão entre parceiros, permitindo que as novas tecnologias cheguem ao mercado por meio da Rede FertBrasil, que atualmente já reúne mais de 70 inovações validadas no setor.
Um ponto importante abordado foi a criação de uma plataforma digital que conectará produtores, empresas e centros de pesquisa, visando ampliar a colaboração e a adoção de práticas sustentáveis. Essa base de conhecimento digital será essencial para permitir que o setor agrícola evolua de maneira coordenada e ágil.
Por fim, Polidoro enfatizou que a adoção de práticas sustentáveis, como bioinsumos e sistemas circulares, será crucial para aumentar a competitividade do agro brasileiro. O mercado global para esse tipo de solução está projetado para atingir 80 bilhões de dólares em um futuro próximo, apresentando novas oportunidades para produtores e empresas locais. A iniciativa do CEFENP, segundo ele, surge como um suporte para estimular essa transformação no setor.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária













