A diabetes é uma condição que afeta milhões de brasileiros, e suas consequências vão muito além do simples controle da glicose. Muitas pessoas não sabem que a doença pode ter um impacto significativo na saúde cardiovascular, e a endocrinologista Magda Freire, do Hospital do Coração Alagoano, alertou para o risco elevado que a diabetes representa para o coração.
Quando a glicemia permanece elevada por longos períodos, ocorre um dano aos vasos sanguíneos, provocando inflamações e aumentando a probabilidade de desenvolvimento de diversas complicações cardíacas. Segundo a médica, aqueles que convivem com essa doença estão de duas a quatro vezes mais propensos a sofrer infartos e outras questões cardiovasculares. Isso se deve ao efeito direto da glicose no sistema cardiovascular, que contribui para a inflamação, lesão vascular, aceleração da aterosclerose e aumento da hipertensão arterial e dislipidemia. Além disso, a diabetes pode levar à disfunção renal, que também compromete a saúde do coração.
A partir do diagnóstico de diabetes, a avaliação da saúde cardíaca deve ser uma prioridade. Para isso, é fundamental investigar o histórico familiar de doenças do coração, monitorar a pressão arterial e tratar fatores de risco associados. A endocrinologista enfatiza que cada paciente possui um perfil único, sendo essencial um cuidado individualizado.
Dentre as doenças cardíacas mais comuns entre os diabéticos, destacam-se a hipertensão, a doença arterial coronariana, a insuficiência cardíaca e as arritmias, especialmente em pacientes com neuropatia autonômica. Um equívoco comum é acreditar que o controle da glicose elimina o risco de infarto. Apesar da monitoração ser crucial, outros fatores, como o histórico familiar e hábitos de vida, também influenciam esse risco.
A neuropatia diabética pode levar a casos de infarto silencioso, onde o paciente não sente dores no peito, apresentando apenas sintomas vagos como cansaço e falta de ar, que são frequentemente ignorados. Por isso, a importância de exames regulares e de um acompanhamento entre endocrinologistas e cardiologistas é fundamental para um manejo adequado.
As melhores práticas para evitar complicações cardiovasculares incluem um controle rigoroso da glicemia, a administração de medicamentos cardioprotetores, o controle da pressão arterial e do colesterol, a atividade física regular e uma alimentação equilibrada. Parar de fumar e tratar a obesidade também são passos essenciais. A médica ressalta que a mudança de estilo de vida é fundamental para a saúde do coração.
O Hospital do Coração Alagoano se destaca como um centro de referência no cuidado cardiovascular, promovendo um atendimento multiprofissional que envolve cardiologistas, endocrinologistas e outras especialidades. “É possível viver bem com diabetes; o foco deve ser em manter hábitos saudáveis e na busca de apoio profissional”, conclui a endocrinologista Magda Freire.
Com informações e fotos da Sesau/AL













