No último mês de outubro, o setor de alimentação fora do lar apresentou uma recuperação significativa nas suas margens, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento desse setor foi de 0,46%, contrastando com a média geral da inflação, que ficou limitada a apenas 0,09%, o índice mais baixo registrado para o mês de outubro desde 1998.
Esse aumento é especialmente notável na categoria de lanches, que apresentou uma variação de 0,75%. Esse crescimento sugere que lanchonetes e padarias estão conseguindo recuperar parte das margens de lucro que haviam perdido anteriormente. Já as refeições, por outro lado, tiveram um aumento menor, de 0,38%, mas que ainda assim está acima da média do índice inflacionário.
De acordo com uma pesquisa da Abrasel, realizada em outubro, cerca de 40% dos bares e restaurantes ainda enfrentam dificuldades para transferir totalmente os custos da inflação acumulada nos últimos 12 meses para os preços cobrados dos consumidos. Como resultado, muitos estabelecimentos permanecem operando com margens de lucro reduzidas, o que pode comprometer a sustentabilidade financeira no longo prazo.
Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, comenta a situação atual, afirmando que o cenário de inflação controlada abre espaço para um eventual reajuste nos preços. “O principal desafio é encontrar um equilíbrio que permita recompor margens sem afastar os consumidores”, destaca.
Esse equilíbrio é considerado fundamental para que os empresários consigam manter seus negócios viáveis, especialmente em um momento em que muitos ainda hesitam em realizar aumentos significativos. O foco está em garantir que o custo aos clientes não se torne um impedimento para as vendas, permitindo que tanto consumidores quanto empresários encontrem um caminho seguro para a recuperação econômica.
Nesse contexto desafiador, a necessidade de estratégias cuidadosas se torna evidente, pois a recuperação do setor depende da habilidade de navegar entre a inflação, a manutenção das margens de lucro e o atendimento das expectativas dos consumidores. Assim, enquanto o setor alimentício começa a ver sinais de recuperação, a prudência nos ajustes de preços poderá ser a chave para um futuro mais estável e próspero.
Com informações e fotos da Abrasel/BR
