Em uma nova etapa do Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, um importante encontro foi realizado em Salvador, na Bahia, com o propósito de debater o futuro da infraestrutura logística do país. O evento focou em estratégias para o desenvolvimento do setor logístico, colocando em evidência a competitividade regional da Bahia. Ao longo do ano, a iniciativa se expandirá para mais três capitais, permitindo uma discussão abrangente sobre o tema.

A subsecretária de Fomento e Planejamento do Ministério dos Transportes, Gabriela Avelino, explicou que o PNL 2050 visa criar um diagnóstico realista e intermodal da infraestrutura existente, que atenda não apenas às necessidades de exportação, mas também compreenda a importância do mercado interno. Avelino sublinhou que é essencial considerar o abastecimento nacional e que, a partir dessas reflexões, é possível delinear estratégias claras para os próximos 25 anos, com soluções integradas que combinem diferentes modos de transporte.

A Bahia, com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em R$ 483 bilhões, destaca-se como a maior economia do Nordeste e a sétima do Brasil, segundo dados do IBGE. Sua diversificação produtiva é notável, com uma presença significativa da indústria petroquímica no Polo de Camaçari, além de uma forte base agropecuária e fruticultura tropical. O estado também se destaca por seu extenso litoral, atraindo turistas e avançando na geração de energia renovável, especialmente a solar.

No que diz respeito ao sistema de transportes ferroviários, a Bahia possui duas ferrovias fundamentais: a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A Fiol, atualmente em fase de implantação, irá conectar Figueirópolis, no Tocantins, ao Porto Sul em Ilhéus, atravessando regiões vitais para a produção de minério, grãos e celulose. Por sua vez, a FCA opera como a principal linha ferroviária em atividade na Bahia, ligando a região central do estado a outras partes do Brasil, facilitando o transporte de combustíveis, cimento, produtos químicos e minerais.

Além disso, estão sendo realizados estudos para a construção de um novo trecho ferroviário ligando Salvador a Feira de Santana, com o objetivo de fortalecer ainda mais a integração logística regional e consolidar a Bahia como um importante eixo de transporte no Nordeste.

Na área rodoviária, a Bahia já possui um sistema robusto de estradas, com as rodovias federais BR-324 e BR-116 desempenhando papéis cruciais no escoamento da produção estadual para os portos locais. A Via Expressa Baía de Todos os Santos também se destaca, conectando a BR-324 ao Porto de Salvador e facilitando o transporte de mercadorias entre o polo industrial e a capital.

O Polo Industrial de Camaçari é um dos mais importantes do estado, abrigando um grande número de empresas de diversos segmentos, incluindo indústrias químicas, petroquímicas, e outros setores industriais que impulsionam a economia local e regional.

Além disso, o complexo portuário da Bahia, com os terminais de Salvador e Aratu-Candeias, é crucial para o escoamento da produção local. A estrutura portuária na Baía de Todos-os-Santos é estratégica, oferecendo soluções logísticas que otimizam custos e aumentam a eficiência no transporte de mercadorias.

O PNL 2050 está sendo elaborado em colaboração com o setor produtivo e a sociedade civil, para compreender os desafios logísticos enfrentados no país, com vistas à redução de desigualdades regionais e a uma logística mais eficiente e integrada. Os debates já ocorreram em outras capitais e continuarão até o final de 2025, com a participação ativa da comunidade sendo crucial para que o plano atenda às necessidades regionais.

Essa abordagem busca ir além do tradicional, focando nas demandas dos diversos agentes envolvidos no transporte de cargas, com o objetivo de desenvolver soluções que englobem a expansão de ferrovias e hidrovias, setores muitas vezes subestimados.

Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes