No contexto atual dos e-sports, o debate sobre a profissionalização dos atletas é cada vez mais pertinente, especialmente em eventos como os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). Participantes desse tipo de competição têm compartilhado suas perspectivas sobre os benefícios e os desafios associados a uma carreira profissional nesse cenário.
Um dos principais aspectos positivos destacados pelos competidores é a possibilidade de transformação do hobby em uma carreira sustentável. A profissionalização abre portas para que jogadores tenham acesso a patrocinadores, uma estrutura de treinamento mais robusta e, potencialmente, contratos mais favorecedores. Isso possibilita que talentosos gamers obtenham reconhecimento e, em muitas situações, consigam sustentar suas atividades financeiras por meio dos e-sports, assim como ocorre em esportes tradicionais.
Contudo, os atletas também mencionam desafios significativos. A pressão para performar em alto nível pode levar ao estresse e à ansiedade, especialmente em uma era onde a competitividade é feroz e as expectativas dos fãs são altas. Além disso, o tempo dedicado ao treinamento e às competições pode impactar negativamente outras áreas da vida, como os estudos e a convivência social. Muitos jogadores relatam a necessidade de administrar suas vidas de forma a equilibrar suas obrigações acadêmicas e suas carreiras nos e-sports, o que nem sempre é uma tarefa fácil.
Outro ponto relevante diz respeito à estrutura do mercado. Embora tenha crescido consideravelmente, a indústria de e-sports ainda é vista como instável. Há a preocupação com a falta de regulamentação e proteção para os jogadores, o que pode resultar em situações de exploração, além da incerteza acerca da longevidade de suas carreiras. Os competidores se tornam, em muitos casos, suscetíveis a mudanças rápidas no cenário, como a emergência de novas plataformas ou jogos, que podem desestabilizar o que antes parecia uma trajetória promissora.
Portanto, enquanto a profissionalização no âmbito dos e-sports se apresenta como uma oportunidade atrativa, é crucial que os envolvidos considerem tanto os benefícios quanto as armadilhas. Neste novo cenário, os atletas precisam ser estrategistas, não apenas dentro dos jogos, mas também em suas vidas pessoais e profissionais, buscando o equilíbrio entre sucesso competitivo e qualidade de vida. Essa é uma realidade que deve ser discutida e compreendida, não apenas por atletas, mas por toda a sociedade que acompanha e investe nas modalidades eletrônicas.
Com informações da EBC
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