Em um gesto de solidariedade que transcende a dor, o estado de Alagoas alcançou a marca impressionante de 40 captações de órgãos em 2025, igualando-se ao total de doações realizadas ao longo do ano anterior. Este significativo feito ocorreu na noite da última quinta-feira, 9 de outubro, no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, uma unidade que se destaca como a principal referência na realização de transplantes na região, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
A captação envolveu uma equipe multiprofissional de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de colaboradores da Central de Transplantes de Alagoas e da Organização de Procura de Órgãos (OPO). O doador foi um jovem de apenas 19 anos, diagnosticado com morte encefálica após sofrer um traumatismo craniano. A família, em um ato de empatia e amor ao próximo, autorizou a doação do coração e do fígado, possibilitando novas oportunidades de vida para dois pacientes que se encontravam em uma lista de espera angustiante.
De acordo com Daniela Ramos, representante da Central de Transplantes, esse ato não só salva vidas, mas também reflete o crescente entendimento da população sobre a importância da doação de órgãos. Nesse momento de dor, a decisão da família representa uma transformação do luto em esperança. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer: conforme dados recentes da Sesau, aproximadamente 606 pessoas ainda estão à espera de um transplante em Alagoas, sendo a maioria delas aguardando a doação de córneas.
O médico coordenador da OPO, Lucas Santana, enfatizou a seriedade do processo de doação, que é executado por uma equipe altamente qualificada, assegurando que cada etapa respeite as normas que garantem a dignidade do doador. Ele explicou que é essencial que as famílias discutam sobre a doação, pois o desejo de ser um doador deve ser comunicado, facilitando o processo quando o momento difícil chegar.
Miqueias Damacena, diretor médico do HGE, agradeceu a todos os envolvidos nas captações e ressaltou a importância de conversas abertas sobre o tema. “Quando uma vida se vai, muitas outras podem recomeçar. Que essas histórias sirvam de inspiração para mais pessoas falarem sobre doação de órgãos, pois a esperança de vida se renova por meio desse ato de bondade”, concluiu. A conscientização e o apoio da comunidade são fundamentais para que mais vidas possam ser salvas nesse gesto tão humano.
Com informações e fotos da Sesau/AL