Na COB Expo 2025, o painel intitulado “Esporte como negócio: como tornar entidades esportivas financeiramente sustentáveis” proporcionou uma importante discussão sobre o papel econômico significativo do esporte no Brasil. Este evento contou com a participação de figuras proeminentes como Marcelo Vido, diretor do Comitê Olímpico do Brasil, e Geraldo Campestrini, gestor esportivo do COB. A abordagem central foi sobre como transformar o potencial econômico esportivo em desenvolvimento efetivo, enfrentando desafios cruciais de governança e sustentabilidade financeira.
Marcelo Vido destacou a necessidade urgente de “humanizar” os números no contexto da elaboração do orçamento, com o objetivo de torná-los mais compreensíveis para todas as partes envolvidas. Segundo ele, o verdadeiro resultado de uma instituição está na conquista dos atletas, e a compreensão dessa premissa básica pode tornar o processo orçamentário mais colaborativo. Vido apontou a dependência do setor em relação aos recursos públicos como um dos maiores obstáculos que ainda precisam ser superados. No modelo atual do COB, 72% dos recursos provêm das loterias e são alocados em diversas áreas, incluindo premiações e iniciativas sociais. Para mitigar essa dependência, uma estratégia para aumentar a captação de recursos privados e patrocínios foi discutida, com foco em pacotes completos de eventos, todos interligados ao caminho rumo à Olimpíada.
O debate foi enriquecido por outros especialistas do setor, como Ricardo Cacho Resende da Confederação Brasileira de Ginástica e Carlos Augusto Ribeiro Ferreira Braga do Praia Clube, com mediação de André Kfouri da ESPN. Geraldo Campestrini apresentou casos de sucesso que demonstram o papel das organizações esportivas no desenvolvimento econômico e social, citando exemplos efetivos, como as parcerias com a WSL em Saquarema e o trabalho realizado com o Franca Basquete Clube e a Ginástica Rítmica em Aracaju. Ele ressaltou a importância de identificar o DNA de cada organização, compreender seu potencial e as oportunidades de crescimento, bem como entender o público-alvo que irá consumir e incentivar os projetos.
Dessa forma, a COB Expo 2025 destacou que o esporte pode ser um empreendimento sustentável e lucrativo quando administrado com inteligência e visão estratégica, demonstrando que há um imenso potencial de crescimento para ser explorado no cenário brasileiro.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
Legenda Foto: Na COB Expo, Marcelo Vido e Geraldo Campestrini debateram o esporte como negócio, focando em sustentabilidade financeira e redução da dependência de recursos públicos. Vido destacou a importância de humanizar números e integrar áreas na elaboração do orçamento. Campestrini apresentou cases de sucesso e a necessidade de entender o DNA das organizações esportivas. Foto: Gaspar Nóbrega/COB.