Emocionante relato de uma dona de casa de Maceió destaca a urgência da doação de órgãos e seu impacto na vida de pacientes que aguardam por transplantes. Vera Lúcia de Oliveira, 50 anos, vivencia um drama que transformou sua existência após complicações de saúde que comprometeram sua visão. Mãe de três filhos, dos quais dois ainda vivem sob seus cuidados, Vera passou por um calvário desde 2024, quando foi diagnosticada com a necessidade urgente de um transplante de córnea. Essa condição surgiu após um episódio severo de herpes-zóster, popularmente conhecido como “cobreiro”.
A jornada de Vera começou com um simples problema auditivo que, aos poucos, deteriorou sua visão. “Aos poucos, fui percebendo que estava vendo apenas vultos. Uma consulta ao oftalmologista confirmou meus piores receios: precisava de cirurgia”, conta Vera, que já havia enfrentado duas cirurgias para catarata, com resultados insatisfatórios em um dos olhos. “A dor é constante e a visão, em grande parte, se foi. Esse sofrimento é indescritível”, desabafa, revelando a intensidade de sua luta diária.
Em meio à dor, Vera Lúcia faz um apelo sincero à população alagoana. “A doação de órgãos pode mudar a vida de pessoas que ainda têm muito a oferecer ao mundo. Se você tem a chance de autorizar a doação de um ente querido que se foi, pense na oportunidade que está dando a outra vida”, exorta emocionada. Sua história é um reforço da relevância da doação de órgãos, uma decisão que pode aliviar o sofrimento de muitos outros, como ela.
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, salienta que a doação é um ato de generosidade que pode salvar vidas, destacando que a legislação brasileira exige autorização familiar para a doação de órgãos. “É essencial que as pessoas comuniquem sua vontade à família, pois essa é a única forma de garantir que, após a morte, possam continuar a oferecer esperança para aqueles que sofrem”, explica.
Atualmente, em Alagoas, 562 pessoas aguardam por um transplante de córnea, além de outras que necessitam de diferentes órgãos. O secretário de Saúde do Estado, Gustavo Pontes de Miranda, enfatiza que a doação frequentemente se torna a última chance de vida para muitos pacientes. “Neste momento de dor e perda, a família tem a oportunidade de proporcionar um ato de amor que pode ser a diferença entre a vida e a morte para muitos”, afirmou.
A iniciativa de Vera Lúcia e os comentários das autoridades de saúde ressaltam a urgência da doação de órgãos, um gesto que transcende a dor e transforma vidas, trazendo esperança a quem mais precisa. É um lembrete poderoso sobre a importância das decisões que as famílias tomam em momentos difíceis, com potencial de impactar diretamente a qualidade de vida de pessoas como Vera.
Com informações e fotos da Sesau/AL













