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População nas ruas encosta os deputados no canto da parede | José Osmando

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As manifestações populares que tomaram as ruas do Brasil no último domingo foram o fator determinante para que o Senado derrubasse medidas absurdas adotadas pela Câmara Federal na semana anterior, tendo a reprovação unânime da PEC da Blindagem como a primeira grande derrota dos deputados federais nesse cenário de atuação reprovável.

O sepultamento dessa PEC da impunidade, que a Câmara havia aprovado, é um claro reflexo da reação popular. Para confirmar o que as ruas de domingo passado foram capazes de produzir, a Pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, divulgada nesta quinta-feira, revela que a imagem da Câmara dos Deputados sofreu um revés magnífico. A desaprovação saiu do patamar de 63% para 70%, enquanto aprovação caiu de 24% para 18%. 

O surpreendente nessa reprovação à Câmara – depois da PEC da Blindagem e do motim liderado por bolsonaristas radicais, que ocuparam literalmente a Mesa da Casa para impedir a retomada dos trabalhos legislativos e forçar a tal da “anistia ampla geral e irrestrita” que tornaria Bolsonaro impune-, é que mesmo entre os ditos eleitores bolsonaristas o índice de avaliação negativa da Câmara é de 59%.

Entre os eleitores que se definem de direita, a reprovação é praticamente igual, de 58%. Já entre os que se dizem eleitores de Lula, 77% reprovavam o desempenho da Câmara, enquanto a aprovação aos deputados fica nos míseros 16%. A avaliação do Senado oscilou positivamente, de 25% para 26%, enquanto a desaprovação caiu de 61% para 59%, bem abaixo dos 70% de repúdio com que a Câmara é contemplada.

Outra avaliação que merece observação diz respeito ao Supremo Tribunal Federal, que é repudiado majoritariamente pelos bolsonaristas, mas que na visão geral da sociedade aparece nessa pesquisa Ipespe com avaliação positiva crescendo de 43% para 46%, logo após o julgamento e condenação aos responsáveis pela trama golpista posta em prática no Brasil, que visava impedir que o Presidente Lula governasse, mantendo Bolsonaro no poder mesmo tendo perdido as eleições.

A avaliação do Governo Lula cresceu sete pontos percentuais, saindo de 43% para 50%, e a desaprovação caiu de 51% para 48%. Essa avaliação é muio ampla entre os eleitores que se dizem de esquerda, atingindo o índice de 95%, e mesmo entre os que se dizem de Centro, a aprovação ao Presidente da República é de 49%, superior à desaprovação, que ficou em 45%. Já entre os eleitores de direita o Presidente é avaliado negativamente por 88% e entre os ricos essa desaprovação está bem pertinho dos direitistas, em 84%. 

Vê-se, daí, que a opção que Lula tem sustentado em favor dos mais pobres e da redução das desigualdades, com fortes medidas de reparação social, como o Bolsa Família, está dando certo do ponto de vista de aprovação.

Os números revelados pelo Ipespe nessse momento, após a deplorável aprovação de projetos contrários ao interesse público, a que se seguiu uma movimentação popular de rua que não se via desde as Diretas Já, indicam que os eleitores estarão de olho em cada um dos deputados, atentos ao voto de cada um em projetos apresentados à Casa, e que não perderão de vista esse comportamento quando chegarem as urnas de 2026, quando a maioria dos atuais parlamentares tentará a reeleição.

Por José Osmando

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