Desde essa terça-feira, um tema dominante nas conversas das pessoas comuns e do mundo político, passou a ser o provável encontro que o Presidente Lula, do Brasil, e o Presidente norte-ameriano Donald Trump, deverão ter na próxima semana, depois que o dirigente dos EUA fez referências pessoais ao mandatário brasileiro, durante seu discurso na Assembleia GeraL da ONU.
Trump fez elogios, disse que gostou de Lula e que Lula gostou dele, que a química entre ambos foi ótima, antes de sinalizar para agenda de trabalho nesses dias.
Toda essa mudança de clima vem depois de longos dias de apreensão, desde que o presidente Donald Trump assinou decreto impondo tarifas de 50% aos produtos brasileiros que chegam aos Estados Unidos. Isso foi em 30 de julho, já decorridos quase 60 dias de apreensão, período em que governanmtes e empresários barasileiros têm tentado abrir portas de negociação com a Casa Beranca, sem, contudo, qualquer sucesso.
As alegações de Trump para as medidas contra o Brasil foram à época justificadas pela Casa Branca “como resposta às ações do governo brasileiro de ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional”, acusação que até hoje não foi explicada e nem entendida como algo real nas relações históricas entre os dois países.
Mas agora, diante da manifestação aparentemente gentil de Trump e do apelo que ele fez para uma conversa com Lula, o que mais se especula e se discute é o que Donald Trump, de fato, concreta e objetivamente, deseja do Brasil.
E o que, em contrapartida, o presidentre Lula poderá oferecer aos Estados Unidos como moeda de troca, pondo fim a um impasse que tem gerado desconforto e prejuízo ao empresariado brasileiro, mas igualmente tem afetado o mercado e as famílias americanas, privados que estão dos produtos que o Brasil historicamente mandva para o território nortte-americano.
Lula tem dito que questões políticas, como interferência no Judiciário por conta do julgamento do ex-presidente e seus adeptos, ou mesmo a regulação das Big Techs, estão fora de qualquer possibildiade de negociação, posição, aliás, que ele adotou em seu discurso na Assembleia da ONU, mas se sabe que o governo brasileiro, no aspecto comercial, tem um leque enorme de boas oportunidades para os Estados Unidos.
Desde a questão do etanol passando à exploração de minerais críticos e o acesso a terras raras.
Neste particular, o Brasil tem uma confortável posição para negociar com os Estados Unidos e favorecê-lo de maneira ampla, pois nosso país possui a segunda maior reserva mundial, estimada em 21 milhões de toneladas pelo próprio Departamento Geológico dos Estados Unidos, ficando atrás apenas da China, mas essas reservas chinesas, por quesstões geopolíticas, ficam com acesso muito mais improvável pelos americanos.
Nisso o Brasil tem muita folga para negociar, uma vez que até hoje, dessas reservas superiores a 20 milhões de toneladas, explorou apenas pouco mais de 20 toneladas.
O interesse dos Estados Unidos em minerais críticos e terras raras é de importância gigantesca para os norte-americanos, porque esses elementos encontrados em abundância em nosso teritório, são essenciais para o aumento da riqueza, fundamental para a indústria de tecnologia, um desafio que requer muita pesquisa, investimento e uma mineração disponível, e nesse último detalhe eles estão perdendo.
Esses minerais são usados nas indústrias farmacêutica, automotiva e energética. O lítio é fundamental para a transição energética. O Brasil tem a sexta maior reserva do mundo. Também estão aqui a maior reserva de nióbio do planeta, a segunda maior reserva de grafita, a terceira de níquel, e o Brasil ainda se destaca com reservas de manganês, alumínio, cobre, cobalto, vanádio e terras raras — um grupo de 17 elementos químicos fundamentais para carros elétricos e a indústria de defesa.
Além desses aspectos que favorecem bastante o Presidente Lula nas sua conversa com Trump, vale lembrar que a geopolítica na forma como hoje existe e que recebe severas contestações do presidente norte-americano, como se viu no seu discruso na ONU, impõem que os EUA dependam sempre menos da China.
E como a China abocanha 44 milhões de toneladas de terras raras, o Brasil, vindo a seguir em quantidade desses minerais, passa a deter uma moeda de troca muito forte. Sem contar que no terreno das comodities, do agronegócio e do petróleo, o Brasil também interessa muito aos americanos.
Por José Osmando