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Lula reafirma soberania do Brasil e defende proteção aos mais pobres | José Osmando

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Num discurso firme e sereno, ao abrir a 80ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, ontem em Nova York, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua posição de não  admitir interferências externas na política governamental brasileira, nem pressões externas sobre o  poder judiciário do país, e mais uma vez defendeu o avanço do multilateralismo entre nações como meio de fortalecimento das democracias.

Lula  sustentou seu apelo para que países ricos abracem a responsabilidade climática, para se contrapor às tragédias ambientais que têm sido frequentes no mundo.

Sem citar uma única vez o presidente Donald Trump, que estava presente ao evento e falaria logo após Lula terminar seu discurso, o presidente brasileiro fez duras críticas à desordem internacional “marcadas por seguidas concessões à política de poder”, aos “atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais”, que estariam se tornando regra, numa clara alusão às atitudes que Donald Trump tem imposto ao mundo, muito especialmente ao Brasil, com seus tarifaços econômicos e tentativas de interferir no judiciário nacional. 

Numa plateia seleta e atenta, Lula teve seu discurso interrompido por aplausos em cinco momentos diferentes, ao contrário de Trump, que só foi aplaudido uma única vez, ao se referir ao Hamas em relação ao conflito armado com Israel, e que veio a propósito do avanço na ideia de criação do Estado Palestino, algo que está agora muito vivo entre os integrantes da ONU. 

Ao pregar o multilateralismo entre países, Lula se contrapôs ao crescente autoritarismo que se observa no atual momento das relações internacionais e criticou a omissão que se registra por parte de um conjunto muito grande de nações frente às arbitrariedades perpetradas, fatores que, conforme disse,  fortalecem os desmandos e enfraquem o sistema democrático mundial. 

Nesse ponto, Lula foi bastante enfático, afirmando que quando a sociedade internacional vacila em defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas. E disse que em todo o mundo forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades, “cultuam a violência, exaltam a ignorância, atuam como milícias físicas e digitais, e cerceiam a imprensa.”

E foi nesse ponto que Lula colocou o papel do Brasil que, “mesmo sob ataque sem precedentes, optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há quarenta anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais”. 

E disse que “não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia.”

Lula fez um louvor à Democracia e afirmou que o Brasil seguirá como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela. Para ele, democracias sólidas vão além do ritual eleitoral, e sua vigência e seu vigor pressupõem a redução das desigualdades e a garantia de direitos mais elementares, como alimentação, segurança, trabalho, moradia, educação e saúde.

Para Lula, a democracia falha quando as mulheres ganham menos que os homens ou morrem pelas mãos de parceiros e familiares. A democracia perde quando fecha suas portas e culpa imigrantes pelas mazelas do mundo. E arrematou:” a pobreza é tão inimiga da democracia quanto o extremismo.”

E sobre isso falou do seu orgulho de ter recebido o atestado da FAO de que o Brasil, neste ano de 2025, foi retirado do mapa mundial da fome, graças às iniciativas exitosas praticadas por seu governo desde 2023, repetindo o que já havia feito no seu segundo mandato à frente da Presidência.

Lula, finalmente, criticou os gastos com guerras e fez um apelo para que se aumente o investimento para elevar o desenvolvimento de países pobres e que se alivie a dívida de nações fragilizadas de países em diversas regiões, sobretudo de nações africanas. E pregou a necessidade e urgência de se definir um mínimo de tributação global, para que os super-ricos paguem mais impostos do que os trabalhadores.

Por José Osmando

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