Na última quarta-feira, o governo de Alagoas anunciou a aprovação de R$ 4,2 bilhões em financiamentos destinados a projetos de neoindustrialização, recursos que serão obtidos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB). O anúncio foi feito em Fortaleza, durante uma reunião do Consórcio Nordeste, que reúne governadores de nove estados da região, e reflete um impulso significativo para a economia local.
Os projetos alagoanos englobam iniciativas em áreas estratégicas, destacando-se a transição energética. Um dos projetos mais robustos, com um aporte previsto de R$ 4 bilhões, foca na transformação das matrizes energéticas poluentes, propondo uma migração em direção a fontes renováveis, como energia solar, eólica, hídrica e de biomassa. Essa mudança não apenas visa reduzir a pegada de carbono do estado, mas também potencializar a geração de empregos e o desenvolvimento sustentável.
Além da transição energética, diversos outros projetos foram aprovados, incluindo aqueles voltados para bioeconomia, fármacos, hidrogênio verde, infraestrutura de data centers sustentáveis e o setor automotivo, com destaque para a inclusão de máquinas agrícolas. O financiamento direcionado para a bioeconomia é de R$ 37,7 milhões, enquanto os projetos de hidrogênio verde e data centers receberão R$ 21,1 milhões e R$ 43,4 milhões, respectivamente.
Essas propostas fazem parte do plano de ação da Nova Indústria Brasil (NIB), um programa lançado em 2024 pelo governo federal. O NIB tem como objetivo fomentar o desenvolvimento do país até 2033, promovendo incentivos voltados para inovação e sustentabilidade em setores prioritários.
Em uma outra frente, o governador Paulo Dantas anunciou a Política de Priorização do Abastecimento de Veículos com Etanol, que visa substituir a gasolina por etanol na frota do Executivo Estadual. A política estabelece metas progressivas para o abastecimento com etanol, começando com 5% no primeiro ano e chegando a 30% ao final do sexto.
No âmbito do Nordeste, a receptividade dos projetos para a Nova Indústria Brasil foi surpreendente. Mais de 246 propostas foram submetidas pela região, totalizando R$ 127,8 bilhões em demandas de crédito. Essa cifra é quase 13 vezes superior à estimativa inicial de R$ 10 bilhões. O presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, expressou otimismo, afirmando que os resultados demonstram a força e o potencial da região, que historicamente enfrentou desafios.
A presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante o evento reforçou a importância das colaborações entre o governo federal, instituições financeiras e o Consórcio Nordeste. Ele ressaltou que as viagens e encontros realizados para apresentar as oportunidades de financiamento foram fundamentais para alcançar esses resultados e que o BNDES está comprometido em atender aos projetos consistentes, mesmo que isso signifique aumentar os valores inicialmente alocados.
Com informações e fotos da Semarh/AL