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Farda e Poesia: O Capitão Jordão de Maceió Expõe suas Experiências em Versos

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Capitão Leonardo Jordão: A Poesia como Legado e Reflexão da Vida

“Os poetas continuam sendo os timoneiros do mundo.” Essa frase, extraída da obra As Imaginações, do renomado escritor alagoano Lêdo Ivo, captura a essência da coragem e sensibilidade que guiam aqueles que, através das palavras, interpretam a realidade. Entre eles está o capitão Leonardo Jordão, um policial que une os deveres da farda à paixão pela literatura.

Com 39 anos de vida e quase 20 dedicados à Polícia Militar de Alagoas, Jordão é autor de dois livros e centenas de poemas. Em sua trajetória, ele destaca a íntima relação entre a literatura e o trabalho policial, uma conexão que remonta aos concursos de poesia realizados pela Corporação na década de 1980, uma tradição que evoluiu e continua viva.

Formado em contabilidade, o capitão atualmente ocupa uma posição no setor de licitações da Diretoria de Logística da PM. Contudo, ainda que sua formação acadêmica o aproxime dos números, ele vê poéticas conexões entre matemática e literatura. “Os números também são uma forma de linguagem”, observa. Para ele, os dilemas enfrentados diariamente, inclusive no trabalho, permeiam sua produção literária, que já culminou em poemas sobre licitações e legislação.

Sua paixão pela poesia nasceu no ensino médio, onde se via intrigado pelas múltiplas interpretações que as palavras podem oferecer. Embora não admire um autor específico, os legados de Lêdo Ivo, Carlos Drummond de Andrade e Charles Bukowski moldam sua visão literária. “É fundamental ter diversas referências ao longo da vida, pois cada fase exige uma forma única de reflexão,” argumenta.

Em 2017, deu vida ao seu primeiro livro, Sentimentos Pensados, que reflete sobre o cotidiano e emoções, abrangendo temas como amor, trabalho e família em uma única obra. Com seu segundo título, Militância Poética, o tom crítico se intensifica, abordando conflitos universais.

Agora, com uma nova geração em sua vida — dois filhos pequenos — o capitão já esboça ideias para seu próximo projeto literário, com mais de 180 textos prontos. Ele acredita que a experiência da paternidade trará uma nova perspectiva aos seus versos.

Desde 2020, Jordão é membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste e recentemente ingressou na Academia Maceioense de Letras, refletindo sua trajetória de reconhecimento. Ele destaca a seriedade do processo de seleção, que exige a avaliação criteriosa de seu trabalho por pares.

A Polícia Militar, para o capitão, é uma fonte de orgulho. Ele insiste na importância de mostrar à sociedade as multifacetadas contribuições da corporação para a cultura e o bem-estar da comunidade. A história da PM-AL inclui, desde os anos 80, iniciativas que promovem a arte e a competição cultural, como o primeiro Concurso de Poesias em 1986, um marco da valorização da literatura no seio policial.

Ao ser questionado se seria mais escritor ou policial, Jordão reflete: “Essa separação não existe. Acordamos como um ser integral, uma soma de todas as nossas facetas.” A metáfora do timoneiro remete não apenas aos poetas, mas também ao papel do policial que, mesmo diante de desafios, sempre busca um futuro melhor.

Por trás da farda e da responsabilidade, o capitão Jordão revela que a escritura é um elemento vital que o humaniza, trazendo à tona sua capacidade de sonhar e expressar. Assim, ele não apenas cumpre seu dever, mas também se reinventa, eternizando suas experiências através da poesia.

Com informações e imagens do Governo de Alagoas.

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