O avanço das tecnologias em concessões rodoviárias, com ênfase no sistema de cobrança automática — conhecido como free flow —, foi o foco de um seminário que abordou as inovações e ferramentas para a recuperação da arrecadação e de receitas alternativas, realizado no Rio de Janeiro. O evento, que ocorreu em 15 de outubro, reuniu especialistas, gestores e investidores para discutir os desenvolvimentos regulatórios e as expectativas do setor.
Durante o seminário, um dos principais palestrantes apresentou uma análise detalhada do sistema free flow, que permite a cobrança de pedágios de maneira automática, promovendo uma maior fluidez no tráfego. Essa tecnologia já se encontra em operação em algumas regiões, oferecendo benefícios significativos aos motoristas e ao sistema como um todo. A implementação desse modelo reduz os custos operacionais, permitindo que os usuários paguem somente pelo trecho que realmente percorrem nas rodovias.
Os dados coletados por câmeras instaladas ao longo das estradas serão compartilhados com as concessionárias e organizações de infraestrutura, possibilitando uma gestão mais eficiente do Plano Nacional de Logística (PNL). Anteriormente, as informações utilizadas eram extraídas de notas fiscais eletrônicas, que carecem de detalhes específicos sobre o peso e a origem dos produtos. Com a nova abordagem, há a possibilidade de uma análise mais precisa e completa dos dados, trazendo vantagens tanto para a logística quanto para o planejamento das rodovias.
Além disso, as informações provenientes da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) terão um papel vital na administração de tributos, como o IPVA. A identificação precisa de veículos, como aqueles furtados, se torna fundamental não apenas para proprietários, mas também para seguradoras, contribuindo para a segurança pública. O sistema cunhará uma rede de monitoramento eficiente nas principais entradas e saídas das cidades brasileiras.
Ainda, o modelo free flow poderá impactar a segurança de cargas e patrimoniais, além de proporcionar alternativas de serviços e receitas para os operadores das rodovias. Embora ainda não tenha sido implementado em todas as concessões, há a expectativa de que, nos próximos cinco anos, todas as rodovias do Brasil adotem essa tecnologia.
Durante a mesma manhã de debates, também foram discutidos novos modelos contratuais, de acordo com soluções consensuais validadas por órgãos de fiscalização. Um exemplo atual do programa de otimização de contratos é o leilão da rodovia BR-381, marcada para 11 de dezembro, que permitirá a entrada de novos investidores por meio de um novo contrato que prevê investimentos significativos até 2040. Esse será o terceiro contrato reformulado e levado a leilão em 2025, seguindo as repactuações anteriores de outras rodovias.
Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes