No último Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, uma equipe do Hospital Geral do Estado (HGE) em Maceió, Alagoas, se uniu para realizar uma captação de órgãos que pode salvar até quatro vidas. Durante o feriado, foram obtidos dois rins e duas córneas que já foram prontamente encaminhados aos receptores, proporcionando a eles a oportunidade de reescrever suas histórias sem a angústia da espera pelo transplante.
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, fez uma reflexão sobre o significado deste ato de solidariedade. Segundo ela, assim como a independência permitiu ao Brasil a chance de construir seu próprio destino, a doação de órgãos oferece aos receptores a liberdade de viver. “Essa captação em um dia tão simbólico nos fez lembrar da importância da vida e da liberdade que cada doação pode proporcionar”, afirmou.
Atualmente, quase 600 pessoas estão aguardando na lista de espera para realizar um transplante. Desses, a maioria, 563, necessita de córneas, enquanto outros 23 aguardam por um rim, quatro por um fígado e quatro por um coração. Nesse contexto, o mês de setembro é marcado pelo movimento Setembro Verde, que visa conscientizar a sociedade sobre a relevância da doação de órgãos. A campanha busca incentivar conversas sobre o tema, estimulando as pessoas a se declararem doadoras.
“Estamos fazendo a nossa parte, mas é fundamental que a família compreenda a importância desse gesto. Sem a autorização familiar, a captação não pode ser realizada”, explicou Daniela. Por isso, a conversa sobre doação deve ser estimulada, oferecendo informações que ajudem as famílias a tomarem decisões em momentos delicados, como o diagnóstico de morte encefálica.
No Brasil, a doação de órgãos exige a autorização dos familiares. A morte encefálica, que é a parada irreversível das funções cerebrais, é confirmada por meio de exames rigorosos. Ao ocorrer essa situação, os profissionais da Organização de Procura de Órgãos (OPO) abordam os familiares, apresentando a possibilidade de transformar a dor da perda em esperança para outras famílias.
Neste caso específico, os familiares de um homem de 42 anos, diagnosticado com morte encefálica, tomaram a difícil, mas corajosa decisão de autorizar a doação. “Agradecemos profundamente a generosidade dessa família em um momento tão doloroso. Ser doador é reafirmar que a vida sempre encontra um caminho para recomeçar”, concluiu Ramos.
Com informações e fotos da Sesau/AL