O mundo da música brasileira perdeu um de seus grandes ícones: Mestre Damasceno, um dos mais respeitados compositores de carimbó, faleceu em Belém. O artista, cuja trajetória é marcada por uma profunda conexão com as raízes folclóricas do Pará, tinha 77 anos e deixa um legado significativo que transcende gerações.
Mestre Damasceno, cuja contribuição para o carimbó é reconhecida em todo o país, destacou-se não apenas por suas criações musicais, mas também por seu papel como educador e preservador da cultura amazônica. Ao longo de sua vida, ele foi uma figura proeminente na promoção do carimbó, estilo musical que mescla ritmos indígenas, africanos e europeus, refletindo a rica tapeçaria cultural da região.
Nascido em uma comunidade ribeirinha e influenciado desde cedo pela música local, o compositor começou sua carreira ainda na juventude, criando canções que falam da vida, da natureza e das tradições do povo amazônico. Seu amor pelas tradições se manifestava em suas obras, que muitas vezes eram inspiradas em histórias e lendas da região, trazendo à tona a essência da cultura paraense.
Ao longo dos anos, Damasceno colaborou com diversos artistas e grupos locais, enriquecendo ainda mais a cena musical e levando o carimbó a novos públicos. Seu trabalho foi essencial para a revitalização deste gênero, que, mesmo enfrentando os desafios da modernidade, continuou a ser uma expressão vibrante da identidade cultural amazônica.
Além de sua atuação como compositor e intérprete, Mestre Damasceno também dedicou parte de sua vida à educação. Ele participou de projetos voltados ao ensino da música e à valorização das tradições culturais, tendo um papel crucial na formação de novos talentos. Seu compromisso com a cultura local e sua generosidade ao compartilhar conhecimento são aspectos que deixaram uma marca indelével em sua comunidade.
O falecimento de Mestre Damasceno é uma perda irreparável, mas seu legado musical perdurará. Suas canções continuarão a ecoar, celebrando a riqueza do carimbó e a resistência da cultura paraense, inspirando novas gerações a manter viva a chama da tradição. A música, sem dúvida, ficará mais rica e nostálgica com suas memórias, enquanto o povo do Pará honorará seu trabalho, lembrando sempre do mestre que apaixonou tantos com suas melodias únicas.
Com informações da EBC
Fotos: / EBC