A obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é um objetivo almejado por milhões de brasileiros. No entanto, o exato custo para obter a CNH pode ultrapassar R$ 3 mil, o que torna o processo inviável para muitas pessoas. De acordo com pesquisas, mais da metade da população, cerca de 54%, não possui habilitação, o que equivale a mais de 100 milhões de indivíduos. Desses, 56% expressam a intenção de tirar a CNH no futuro, mas 32% indicam o alto custo como a principal barreira.
Recentemente, um novo projeto foi elaborado com a intenção de facilitar o acesso à CNH, visando uma redução de até 80% nas despesas para categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio). A seguir, estão os principais pontos do plano.
O processo de obtenção da CNH será simplificado, com a possibilidade de ser iniciado pelo site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou através da Carteira Digital de Trânsito (CDT). O aprendizado teórico poderá ser realizado de diversas formas, incluindo aulas presenciais em Centros de Formação de Condutores (CFCs), cursos a distância (EAD) em instituições credenciadas ou até mesmo por conteúdos digitais fornecidos pela Senatran.
Além disso, a exigência de uma carga horária mínima de aulas práticas, que atualmente é de 20 horas, será eliminada. Assim, os candidatos poderão escolher como se preparar: mediante a contratação de um CFC ou um instrutor autônomo aprovado pelos Detrans. Essa flexibilidade promete reduzir custos e adaptar o aprendizado às necessidades individuais de cada aluno.
Para as categorias C (veículos de carga), D (transporte de passageiros) e E (carretas), a proposta prevê melhorias semelhantes, facilitando a obtenção da CNH por meio de uma abordagem mais ágil e menos burocrática.
A nova estrutura não só busca reduzir os custos da CNH, mas também pretende aumentar o número de condutores habilitados e minimizar a condução sem formação adequada. Exames teóricos e práticos continuarão sendo obrigatórios, essencial para garantir que os candidatos realmente tenham as competências necessárias para dirigir de forma segura.
O projeto visa atender a todos os brasileiros, principalmente aqueles de baixa renda, que frequentemente encontram barreiras financeiras para a habilitação. Com cerca de 161 milhões de pessoas em idade legal para dirigir, o número de não-habilitados representa um grande potencial de inclusão social por meio da condução.
A proposta também contempla o credenciamento de instrutores autônomos, que deverão ser habilitados pelos Detrans, podendo passar por treinamentos via cursos digitais. Isso amplia as opções para quem deseja aprender a dirigir de maneira mais acessível.
Finalmente, a nova abordagem promete simplificar os trâmites, utilizando soluções tecnológicas, como aplicativos que conectam candidatos e instrutores, facilitando o agendamento e pagamentos digitais. Essa inovação se inspira em modelos já adotados em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Japão, Paraguai e Uruguai, onde a formação de condutores é mais flexível, favorecendo a autonomia do cidadão.
Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes