No dia 25 de julho de 2025, o Hospital Geral do Estado (HGE), localizado em Maceió, promoveu mais uma captação de órgãos, que irá beneficiar três pacientes que aguardavam por transplantes. A decisão foi tomada pela família de um homem de 35 anos, que foi diagnosticado com morte encefálica e cuja generosidade culminou na doação de um fígado e duas córneas.
Esse evento é um resultado significativo dos esforços contínuos da Central de Transplantes de Alagoas, que trabalha incansavelmente para fomentar a solidariedade entre os alagoanos e, assim, contribuir para a redução da longa lista de espera por transplantes no estado. Atualmente, Alagoas conta com 580 pessoas aguardando por órgãos: 555 delas esperam por córneas, 14 por um rim, oito por um fígado e três por um coração. Esses números refletem a gravidade da situação e a crescente demanda por doações.
O processo de doação de órgãos no Brasil é regido por rigorosos protocolos que asseguram a segurança e a clareza nas decisões. Após a confirmação da morte encefálica, a família do potencial doador é abordada pela Organização de Procura de Órgãos (OPO), que explica o processo e busca o consentimento para a doação. Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, enfatizou a importância desse momento: “A doação só ocorre após autorização familiar, por isso é fundamental que as pessoas se posicionem sobre o tema, mesmo em momentos de grande dor.”
O cirurgião Leonardo Soutinho também destacou a importância da formação dos médicos envolvidos no diagnóstico de morte encefálica, que devem seguir um protocolo estrito. Ele explica que são necessários dois exames clínicos realizados por médicos diferentes para garantir a precisão do diagnóstico. Esse cuidado rigoroso é essencial para que as doações ocorram de forma segura e ética.
O governo local, através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), tem implementado o programa “Alagoas Transplanta: Uma Nova Chance de Viver”, que é direcionado exclusivamente para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse programa oferece, aos que estão na fila de espera, um atendimento médico abrangente, englobando cuidados ambulatoriais, hospitalares e cirúrgicos, além de fornecer medicamentos essenciais, incluindo imunossupressores, que são fundamentais tanto no pré quanto no pós-transplante.
A captação no HGE é, portanto, um passo importante em direção a um futuro mais esperançoso para os alagoanos que necessitam de novos órgãos para recuperar a saúde e a qualidade de vida. A solidariedade demonstrada pela família do doador representa uma luz de esperança em meio à longa espera que muitos enfrentam.
Com informações e fotos da Sesau/AL