O Brasil deverá contar com a adesão de grandes empresas e de conglomerados empresariais tando brasileiros quanto norte-amerricanos, na tarefa de derrubar as tarfas de 50% impostas ao país pelo presidente Donald Trump.
Há no Planalto e nos círculos próximos ao vice-presidente Geraldo Alckim, que coordena as ações de negociação, sinais claros de que existe entre os interlocutores comerciais um anseio muito forte de irem à Justiça para derrubar o tarifaço.
Esses movimentos decorrem do fato, constantado pelos próprios empresários nacionais e norte-americanos, de que existe um esforço real do governo brasileiro para dialogar e negociar, desde a carta que o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento Econômico encaminharam à Casa Branca em 16 de maio passado (já completados dois meses de seu envio), sem que até hoje tenha sido dado qualquer resposta.
Lidando com um impasse sem perspectiva de remoção por parte dos EUA, lideranças de conglomerados norte-americano, alinhando-se aos seus parceiros brasileiros, sinalizam para a disposição de irem às Cortes norte-americanas, com a forte argumentação de que não existe precedente econômico que justifique a medida de Donald Trump.
Os jornais paulistas, sobretudo, têm registrado que há uma corrida de empresas do Brasil às bancas de advocacia, buscando medidas protetivas no caso de chegar 1º de Agosto e o tarifaço de Trump, conforme seu anúncio, seja aplicado. Os empresários que fazem exportação para os Estados Unidos temem a quebra de contratos e, na sequência, prejuízos, desemprego e endividamento.
Conforme os relatos da mídia, a procura pelos escritórios de advocacia ocorre em diferentes segmentos do agronegócio, da siderurgia e da produção farmacêutica, também em empresas de tecnologia, serviços e alimentação, como as redes fast food.
Num ambiente, por enquanto, de cautela e monitoramento, os empresários estão se preparando para o enfrentamento, dispostos a travar duras batalhas judiciais notadamente dentro dos Estados Unidos, mas alimentados pela certeza de que essas iniciativas pela derrubada das tarifas contam com a simpatia e o impulso de organismos internacionais, sempre contando que ao final haverá a necessidade de arbitragem de outras Cortes que tenham caráter multilateral.
Os sentimentos do empresariado na busca de soluções nos tribunais ganharam corpo na quarta-feira quando o presidente Donald Trump, em nova carta, essa agora dirigida ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, colocou mais lenha na fogueira, fugindo literalemnte de qualquer razão ou lógica econômica na taxaçõo, para firmar sua posição de alinhamento político/ideológico ao ex-dirigente do país, que está sendo julgado pela Justiça brasileira por crimes contra a Democracia, consubstanciados na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.
E no momento seguinte, decisões locais, do Supremo Tribunal Federal, resultaram ontem em medidas restritivas ao ex-presidente do Brasil, que passou por busca e apreensão em sua residência e está obrigado a usar tornozeleira eletrônica desde ontem mesmo.
Não se sabe que reações poderão marcar outros passos de Donald Trump, se ele, diante de novos fatos, terá vontade de negociar e ceder, ou se vem aí com retaliações ainda mais severas.
E é daí que tanto o Governo Lula, quanto os dirigentes dos setores de produção e exportação, mesmo conservando a opção primeira, pela diálogo, pelo entendimento, pela negociação, analisam que não podem perder de vista a possibilidade, muito real,aliás, de que só lhes resta buscar o caminho dos tribunais.
Por José Osmando