O setor de bares e restaurantes enfrentou um momento desafiador, com uma queda de 3,7% nas vendas em junho, conforme apontam dados do Índice Abrasel-Stone, uma análise elaborada em conjunto pela Stone e pela Abrasel. Olhando para o mesmo período do ano anterior, houve uma retração significativa de 5,8%. Quando avaliamos o acumulado do primeiro semestre, o panorama é de estabilidade, com uma leve queda de 0,2% em comparação ao último semestre de 2024, indicando uma leve oscilação em um mercado que luta por recuperação.
O Índice Abrasel-Stone é uma ferramenta que monitora o desempenho do segmento de alimentação fora do lar em 24 estados do Brasil e é desenvolvido com base em informações transacionais da Stone. O objetivo é proporcionar uma visão clara e atualizada das variáveis que impactam as vendas, oferecendo aos empreendedores dados que podem contribuir para decisões mais informadas e estratégicas.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, expressou sua surpresa com os resultados do mês de junho, considerando que se tratava de um período normalmente aquecido, devido a datas comemorativas relevantes, como o Dia dos Namorados e festividades regionais. Segundo ele, a redução no índice é uma preocupação, uma vez que está alinhada à desaceleração observada em todo o varejo. Essa queda é influenciada por diversos fatores, incluindo a alta taxa de juros, uma inflação persistente e a diminuição do poder de compra dos consumidores. Apesar disso, Solmucci mantém uma expectativa positiva para o segundo semestre, acreditando que a situação atual possa ser pontual.
Por sua vez, Guilherme Freitas, economista da Stone, destaca que, embora existam desafios que pressionam o consumo, o mercado de trabalho brasileiro experimenta avanços. A análise aponta para a redução da taxa de desemprego e a criação de novas vagas de trabalho formais, embora o ritmo de geração de empregos tenha mostrado sinais de estabilização.
Adicionalmente, Freitas observa que o comprometimento da renda das famílias com dívidas tem impactado negativamente o poder aquisitivo e, consequentemente, o consumo. A inflação, embora alta, está desacelerando, o que, de certa forma, pode refletir a diminuição da atividade econômica. Apesar dos desafios, há indícios de um cenário que, embora precise de atenção, também apresenta possibilidades de uma recuperação gradual.
Analisando por regiões, dos 24 estados avaliados, apenas Sergipe e Tocantins registraram crescimento nas vendas, com variações positivas de 3,2% e 0,9%, respectivamente. As maiores quedas foram observadas em estados como Rio Grande do Sul (17,7%) e Santa Catarina (13,3%). Outros estados com desempenho negativo incluíram Alagoas, Roraima, Paraíba e Paraná, entre outros, mostrando um cenário bastante heterogêneo em todo o Brasil.
Esses dados fornecem uma visão abrangente da situação do setor, destacando a importância de um acompanhamento constante para que os empreendedores possam ajustar suas estratégias e agir de acordo com as tendências do mercado.
Com informações e fotos da Abrasel/BR