A talentosa artista alagoana Simone Freitas apresenta sua nova exposição individual no Complexo Cultural do Teatro Deodoro, localizado no coração de Maceió. Intitulada “Entre o mar e o sertão, tem o mangue”, a mostra é um convite à reflexão sobre os ecossistemas do Nordeste brasileiro, utilizando uma linguagem visual que mescla sensibilidade e crítica. Com obras inéditas, Simone transcende as representações literais, propondo uma travessia poética entre os afetos que permeiam os territoriais alagoanos, como o sertão, o mangue e o mar.
A artista, que é arquiteta e urbanista de formação, expressa sua conexão profunda com os ambientes que retrata, buscando inspiração em memórias afeitas que ligam suas vivências cotidianas a momentos significativos do passado. “Essas memórias afetivas me motivaram a criar uma série de obras que exploram a relação íntima que temos com nosso entorno”, explica Freitas. Suas pinturas, caracterizadas por camadas sobrepostas, cores vibrantes e um aspecto poético, instigam o espectador a refletir sobre a relação entre o ser humano e a natureza.
Longe de atender a uma visão superficial dos ecossistemas, a exposição se apresenta como um manifesto visual que levanta importantes questões sobre a ocupação urbana e seus impactos ambientais. A artista alerta sobre os efeitos negativos provocados por práticas de urbanização inadequadas e pela exploração irresponsável dos recursos naturais. “O nosso entorno — o rio, o sertão e o mangue — é mais do que elementos da natureza; são caminhos, vidas, lares”, enfatiza.
Com curadoria de Iranei Barreto, a exposição conta ainda com expografia de Daniel Cavalcante e identidade visual de Weber Bagetti. O projeto foi viabilizado por meio da Política Nacional Aldir Blanc, um programa do Governo Federal que apoia iniciativas culturais.
Esta é a terceira exposição individual de Simone Freitas, que já havia se lançado no cenário artístico com “Através do a(mar)” em 2018, e desde então tem se destacado em várias exposições coletivas e eventos internacionais. Entre suas participações notáveis estão mostras em locais como o Louvre em Paris e na Bélgica.
A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas, destaca a relevância do trabalho da artista, afirmando que sua obra “amplia nosso olhar sobre o meio ambiente, o pertencimento e a identidade alagoana”. A exposição ficará aberta ao público até o dia 15 de agosto, com entrada gratuita, o que proporciona a todos a oportunidade de se conectar com as mensagens que emergem das cores e formas que compõem a arte de Simone.
O evento segue com visitas guiadas disponíveis por agendamento, permitindo que grupos escolares e institucionais mergulhem ainda mais nas propostas da artista.
Com informações e fotos da Secult/AL
