Na próxima quinta-feira, dia 17, o jornalista e assessor de imprensa da Vice-Governadoria de Alagoas, Alexandre Câmara, lançará seu primeiro livro impresso intitulado “O Mar Salva Mas Afoga”. A obra traz à tona questões relevantes sobre a dualidade da relação entre o mar e as culturas que o cercam, abordando a água como uma metáfora complexa. O mesmo mar que possibilitou o enriquecimento de nações europeias com a exploração colonial também se tornou responsável pelo afogamento de culturas e modos de vida dos povos originais.
Dividido em seis capítulos, ou “marés”, o livro oferece uma perspectiva de reflexão sobre o passado, presente e futuro. Câmara não se limita a revisitar eventos históricos, mas propõe um futuro pautado pela luta, reparação e esperança. A proposta é de criar novas formas de funcionamento coletivo que combatam as desigualdades herdadas do colonialismo, além de criticar as novas formas de controle e dominação trazidas pela tecnologia contemporânea, como os algoritmos das grandes corporações.
O capítulo “A Travessia” se destaca ao sugerir uma união global das esquerdas, defendendo que essa união não deve ser apenas retórica, mas sim uma prática que resulte em alternativas políticas que coíbam o aumento das desigualdades sociais. O vice-governador Ronaldo Lessa, em sua apresentação, descreve a obra como um retorno ao que realmente importa: o afeto, a justiça social e a memória daqueles que vieram antes de nós.
Publicada pela Editora CBA em uma edição limitada a 200 exemplares, a obra apresenta uma arte de capa e diagramação de Carlos Fabiano Costa Barros, produção de Sam Buarque e imagens de Paulo Bezerra. “O Mar Salva Mas Afoga” se recusa a ser uma leitura passiva. É um material que exige participação ativa e provoca reflexão sobre memórias que foram silenciadas pela história oficial. Câmara compõe seus versos entrecluindo poesia e denúncia social, criando uma travessia provocativa.
Cada uma das seis “marés” oferece um olhar distinto sobre questões fundamentais. “Maré Nua” busca resgatar a memória indígena pré-colonial, enquanto “Contra a Maré” transforma a jornada em ato de desobediência e liberdade. “Mar Revolto” traz versos mais contundentes e exige uma atenção redobrada para as realidades mais difíceis. Já em “Vazante”, a poesia assume o papel de tribunal, convocando as vozes silenciadas, enquanto “Mar Profundo” explora as diversas formas de amor, desafiando tabus e moralismos.
O livro de Alexandre Câmara se insere em um contexto de resistência cultural e política, promovendo um diálogo com referências literárias que desafiam a narrativa colonial e propõem novas formas de discussão sobre histórias e memórias. Sua linguagem é incisiva, deixando de lado fórmulas fáceis e buscando provocar o leitor a se engajar na luta por justiça e reparação.
Com uma trajetória no serviço público que conta com diversas experiências em comunicação e marketing político, Câmara finalmente se aventura na publicação impressa, solidificando sua presença como um autor crítico e reflexivo. O lançamento ocorrerá no Museu Palácio Floriano Peixoto, no centro de Maceió, a partir das 15h, e promete ser um evento marcante, não só pelo lançamento da obra, mas também pelas questões fundamentais que ela aborda.
Com informações e fotos da Secult/AL
