As tradições e a ancestralidade que permeiam o coco no estado de Alagoas reverberam nas vozes de notáveis representantes femininas desta manifestação cultural. O Projeto Cocada – um substantivo que tem gênero, feminino – convida a comunidade para dois encontros significativos que acontecerão nos dias 19 e 20 de julho, das 13h às 17h, no espaço cultural Batucasa, localizado no bairro de Guaxuma, em Maceió. Este evento reunirá mulheres de diversas partes do estado, ligadas à preservação e ao fortalecimento da cultura do coco, um dos ícones do folclore alagoano.
Na programação, no primeiro dia, a mestra Rosália, nativa da cidade de Arapiraca, terá a tarefa de compartilhar suas canções e narrativas que buscam resgatar a essência da vida rural, trazendo à tona as tradições das romarias, mutirões e festas populares do interior de Alagoas. No segundo dia, a mestra Zeza do Coco, que representa Maceió, irá explorar suas vivências enraizadas na religiosidade afro-brasileira e na força coletiva das mulheres para preservar a cultura local.
Os encontros transcendem meras apresentações artísticas; eles proporcionam um espaço de diálogo e troca de experiências, onde as participantes têm a oportunidade de compartilhar suas vivências e fortalecer laços. O objetivo central é reconhecer a mulher como a guardiã da tradição oral e da memória que envolve o coco, contribuindo, assim, para a elaboração de um inventário cultural relacionado ao papel feminino nesse segmento.
Day Lua, idealizadora do projeto, enfatizou a importância dessa iniciativa para o reconhecimento do papel das mulheres na cultura do coco alagoano. “Queremos facilitar um intercâmbio que promova a co-criação de referências identitárias e melhore a convivência comunitária”, afirmou. O projeto é financiado por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), promovida pela Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas, e conta com o apoio da Rede Sociocriativa do Coco, um coletivo feminino que trabalha para registrar e dar visibilidade a essa forma cultural.
A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas, destacou a importância do reconhecimento das mestres populares. Para ela, preservar a memória dessas mulheres é vital para fortalecer as raízes da identidade alagoana. “O coco alagoano é uma força que carrega histórias de resistência e afeto. Projetos como o Cocada asseguram que essas vozes femininas continuem a ressoar nas gerações futuras”, concluiu.
Os detalhes do evento são os seguintes: ele ocorrerá nos dias 19 e 20 de julho de 2025, no Batucasa, localizado na Rua Tancredo Neves, 103, Guaxuma, das 13h às 17h. Para mais atualizações, o público pode acompanhar o Instagram do projeto @cocadafeminina.
Com informações e fotos da Secult/AL