A recente divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) trouxe informações animadoras para o setor de alimentação fora do lar. Em junho, a inflação oficial apresentou um aumento modesto de 0,24%, sendo que o destaque foi a deflação no segmento de alimentação e bebidas, que registrou uma queda de 0,18%. Essa repercussão é especialmente relevante para bares e restaurantes, cuja atividade econômica se baseia fortemente nesses insumos.
Apesar do desempenho discreto do setor em termos de custos em geral, a alimentação fora do lar teve um leve aumento de 0,46%. Itens populares, como o cafezinho e lanches, foram os principais responsáveis por essa variação. Esta alta, embora moderada, sugere que os estabelecimentos estão começando a reequilibrar seus preços após enfrentarem um ano desafiador, onde a inflação para alimentos e bebidas em 2024 foi de 7,69%, e a categoria de bares e restaurantes registrou uma inflação de 6,29%.
Contudo, a realidade parece ser um pouco mais complexa do que os números indicam. De acordo com dados de uma pesquisa recente, 35% das empresas do setor ainda encontram dificuldades para repassar os aumentos de custos aos preços praticados nos cardápios. Esse cenário evidencia que, apesar da recuperação, a defasagem nos preços ainda permanece, embora com sinais de melhora.
Na visão de Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, a desaceleração nos preços dos alimentos representa uma oportunidade valiosa para os empreendedores do setor. Ele destaca que essa situação pode proporcionar o espaço necessário para a recomposição das margens, que foram significativamente pressionadas no último ano.
Além dessa dinâmica, o aumento contínuo dos custos de energia elétrica neste semestre, que chegou a 6,93% até o momento, também representa um desafio. Para mitigar essas despesas, muitos estabelecimentos têm buscado alternativas, como o uso de gás encanado, que se manteve relativamente estável. Essa estratégia pode ser fundamental para que as empresas do setor continuem a prosperar em um ambiente econômico desafiador.
Em suma, embora o panorama atual sinalize um alívio em certos aspectos para o setor de alimentação, a recuperação total ainda está em curso, e as empresas precisam se adaptar constantemente para superar os desafios impostos pela inflação e pelos custos operacionais.
Com informações e fotos da Abrasel/BR