O agronegócio brasileiro, um dos pilares do Produto Interno Bruto (PIB) do país, está passando por uma significativa expansão, apresentando um crescimento de 12,2% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao quarto trimestre do ano anterior. Esse avanço no setor contrasta com o crescimento geral da economia nacional, que registrou uma alta de 1,4% no mesmo período, segundo dados do IBGE.
Com uma produção agrícola robusta, o desafio do escoamento dessa produção, tanto no mercado interno quanto externo, exige uma infraestrutura de transporte eficiente e com menos gargalos logísticos. Para abordar essa questão, teve início um ciclo de debates sobre o aprimoramento do Plano Nacional de Logística 2050, com o primeiro encontro realizado em Brasília. O evento marcou o início de uma série de dez discussões focadas em desenvolver uma estratégia logística que reflita a realidade do país.
Uma das principais metas do Plano é conectar as áreas de produção agrícola com centros de distribuição e terminais portuários, potencializando a eficiência do escoamento e reduzindo entraves históricos. Os portos localizados na região do Arco Norte, por exemplo, apresentam um potencial estratégico, pois estão mais próximos das áreas produtoras do Centro-Oeste. Ao comparar, um caminhão que realiza o transporte de grãos do Mato Grosso até o Porto de Santos, o maior do país, consegue efetuar duas viagens por mês, enquanto para os portos do Arco Norte são possíveis até seis deslocamentos no mesmo período, uma evidência clara de como a localização pode otimizar a logística.
No Mato Grosso, que atualmente responde por 68% da produção de grãos no Brasil, apenas 35% dessa produção é escoada pelos portos do Arco Norte. Portanto, a diversificação dos pontos de escoamento pode aliviar a pressão sobre a infraestrutura dos terminais, promovendo uma economia mais equilibrada entre diferentes regiões do país.
É igualmente crucial considerar o papel da infraestrutura no desenvolvimento econômico e social, e por isso, os investimentos nesse setor nunca foram tão significativos. Projetos destinam-se a atualizar os modais, buscando enfrentar o desafio de modernizar um sistema logístico que se tornara obsoleto ao longo do tempo. Entre 2023 e junho de 2025, foram realizados 14 leilões de concessão de rodovias, gerando R$168 bilhões e alcançando 7.400 quilômetros de estradas.
O Plano Nacional de Logística 2050 também propõe uma maior integração entre os diferentes modais de transporte, buscando reduzir a dependência do transporte rodoviário. Levantamentos realizados em todas as unidades federativas permitirão mapear alternativas logísticas, otimizando a utilização de ferrovias, hidrovias e aeroportos.
Outro ponto fundamental é a atenção às questões de sustentabilidade, com o plano avaliando aspectos relacionados à redução de emissões de gases de efeito estufa e a promoção de práticas que respeitem o meio ambiente. O ciclo de debates continuará por outras dez capitais brasileiras, buscando entender as particularidades regionais e identificar oportunidades de investimento e inovação.
O Plano Nacional de Logística 2050 representa uma oportunidade para um debate nacional abrangente, reunindo diversos setores da infraestrutura de transporte. O objetivo é desenvolver um plano que não apenas promova a competitividade no Brasil, mas também fortaleça a integração territorial e o desenvolvimento regional.
Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes