O conflito entre Israel e Irã é complexo e multifacetado, enraizado em uma combinação de fatores históricos, geopolíticos e sectários. Para entender as suas origens, é importante considerar o ambiente político que emergiu no Oriente Médio ao longo do século XX e as relações que se desenvolveram entre as nações da região.

Após a fundação do estado de Israel em 1948, as tensões aumentaram significativamente. O novo país foi criado em um território que anteriormente abrigava uma população árabe significativa, levando a uma série de guerras e conflitos com países árabes vizinhos. Esta nova configuração geopolítica gerou uma animosidade que perdurou nas décadas seguintes, com diversos estados da região se opondo à existência de Israel.

O Irã, sob o regime do xá Mohammad Reza Pahlavi, manteve relações relativamente amigáveis com Israel durante os anos 1960 e 1970. No entanto, essa dinâmica mudou drasticamente em 1979, quando a Revolução Islâmica levou ao estabelecimento da República Islâmica do Irã. O novo governo adotou uma postura beligerante em relação a Israel, considerando-o um inimigo das nações islâmicas. O ex-chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, chegou a afirmar que Israel é um “câncer” que deve ser extirpado do Oriente Médio.

Desde então, a animosidade entre os dois países se intensificou. O Irã se tornou um defensor dos grupos que resistem à presença israelense na região, como o Hezbollah no Líbano e movimentos palestinos. Essas alianças, junto com o apoio militar e financeiro que o Irã oferece a esses grupos, contribuem para o aumento das tensões.

Além disso, as políticas do Estado israelense, especialmente em relação a assentamentos e a ocupação de territórios palestinos, também têm alimentado a retórica hostil vinda de Teerã. A luta pelo controle de recursos, os interesses geopolíticos das grandes potências e os desafios internos enfrentados por cada nação geram um emaranhado de desconfiança e hostilidade que perpetua o conflito.

O cenário atual é resultado dessas décadas de disputas e rivalidades, com o horizonte de uma resolução pacífica ainda distante. As políticas e atitudes dos líderes de ambos os países continuam a influenciar não apenas suas nações, mas todo o Oriente Médio, complicando ainda mais um panorama já tumultuado.

Com informações da EBC
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