A riqueza cultural do coco alagoano é o foco principal da série documental “Na Pegada do Coco”, que se propõe a transformar essa tradição em uma memória audiovisual perene. Sob a direção de Juliana Barreto, uma renomada coquista e produtora, o projeto tem se desdobrado de maneira cuidadosa e respeitosa desde que suas gravações foram iniciadas em 30 de abril. O objetivo é claro: capturar a essência vibrante do coco de roda e do coco de embolada, expressões que vão além de meros rituais, incorporando elementos de corpo, espiritualidade, resistência e celebração.
Nos últimos meses, a equipe da série tem percorrido várias localidades, incluindo Arapiraca, onde recebeu acolhimento caloroso dos habitantes, sempre dispostos a compartilhar suas histórias como quem colhe frutos maduros — com atenção, afeto e alegria. Junho marca um ponto alto para o projeto, especialmente com a realização do Festival Municipal de Coco de Roda em Maceió. No dia 15, as câmeras estarão presentes no estacionamento do Mercado 31, no bairro Jaraguá, para documentar a vivacidade dessa tradição, capturando as coreografias, os ritmos contagiosos e a energia vibrante dos participantes.
“Na Pegada do Coco” não só busca entender a trajetória do coco na cultura alagoana, mas também homenageia mestres e mestras que dedicaram suas vidas à preservação dessa prática. São comunidades e famílias inteiras que mantêm viva a tradição, lembrando como, nas antigas celebrações, o chão se transformava em um espaço de expressão e disputas de dança, onde cada sapateado era um testemunho da cultura local.
Prevista para ser lançada em meados de 2026, a série contará com oito episódios, que não só trarão registros audiovisuais, mas também proporcionarão uma experiência sensível e poética da vida cultural alagoana. A produção executiva é de Alessandra Moretti, enquanto o roteiro e a pesquisa são de Juliana Barreto, Nicolle Freire e Simone Cavalcante, que, juntas, navegam por um rico mapa de memórias e saberes.
A realização deste projeto é um esforço conjunto da Céu Vermelho Fogo Filmes, em co-produção com a Pisada da Onça Produções, contando com o apoio da Rede Sociocriativa de Coco. O projeto é viabilizado através do Edital de Fomento à Produção Audiovisual Alagoana, com recursos da Lei Paulo Gustavo, e apoio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa.
Para Mellina Freitas, secretária de Cultura e Economia Criativa de Alagoas, iniciativas como esta são vitais para manter viva a identidade cultural alagoana. Ela enfatiza a importância de registrar o coco de roda de forma audiovisual para assegurar que as memórias dos mestres e das comunidades sejam acessíveis às futuras gerações, fortalecendo o compromisso com a cultura popular e a criatividade do estado.
Assim, a série “Na Pegada do Coco” se configura não só como um projeto audiovisual, mas como um verdadeiro testemunho da resistência cultural, uma celebração da vida e um tributo à comunidade que vive e respira coco.
Com informações e fotos da Secult/AL