As intensas chuvas que têm atingido diversas regiões do Brasil estão resultando no deslocamento de animais silvestres para áreas urbanas, gerando preocupação com a segurança e o bem-estar dessas espécies. Nas últimas semanas, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), sob a administração do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) em parceria com o Ibama, registrou um aumento alarmante no fluxo de animais feridos. Dentre esses casos, destacam-se cágados que foram atropelados ao tentarem atravessar vias urbanas, necessitando de cuidados médicos para a recuperação de suas conchas.
A veterinária Ana Cecília, que trabalha no Cetas, explica que a movimentação desses animais em direção às cidades está diretamente ligada ao aumento do nível dos rios e lagoas durante o período chuvoso. Com a vazão das águas crescendo, muitas espécies, incluindo tartarugas e jacarés, buscam refúgio em áreas mais secas, o que frequentemente os leva a entrar em contato com o ambiente urbano.
Um dos registros que mais preocupou a equipe do Cetas foi o de um filhote de jacaré-de-papo-amarelo que chegou ao centro com ferimentos visíveis na cauda, supostamente provocados por ações de humanos. Essa situação ressalta a importância de um enfoque cauteloso ao se deparar com animais silvestres fora de seu habitat natural. Profissionais da área ressaltam a necessidade de acionar os órgãos competentes ao invés de agir por conta própria, já que muitas vezes, a reação da população é de medo, levando a agressões que agravam ainda mais a situação dos animais.
Ana Cecília destaca que é crucial evitar o contato direto com esses seres em perigo. A recomendação é que, ao avistar um animal silvestre em situação vulnerável ou atravessando vias urbanas, as pessoas devem acionar imediatamente o Batalhão de Polícia Ambiental. Essa equipe é treinada para realizar resgates de maneira segura, garantindo a proteção tanto dos animais quanto da população. O contato pode ser feito pelo telefone (82) 3315-4325, disponível para atender ocorrências desse tipo, promovendo um resgate adequado e humanitário. Assim, a população pode contribuir para a preservação da vida selvagem, colaborando com as autoridades e evitando ações impulsivas que podem resultar em mais danos.
Com informações e fotos da Semarh/AL