Pescadoras de Alagoas Exigem Soluções Para Desafios Sociais e Econômicos

Alagoanas que atuam na pesca estão unidas na busca por soluções socioeconômicas que incluem o combate à violência e discriminação, atenção à insegurança alimentar e acesso a benefícios previdenciários e serviços de saúde.

A Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anunciou recursos federais durante audiência pública realizada em 28 de abril de 2025, na Assembleia Legislativa de Alagoas. O investimento, inicialmente de R$ 500 mil, será destinado à Cooperativa de Marisqueiras Guerreiras (Coopmaris), visando ajudar pescadoras e marisqueiras a retomarem suas atividades após o acidente da Braskem.

Durante a audiência, a ministra destacou a importância de elaborar um plano abrangente que contemple a atuação de diferentes ministérios, como Saúde e Assistência Social, para abordar as necessidades específicas da comunidade. Ela enfatizou que as mulheres são as maiores vítimas de desastres climáticos e que suas particularidades devem ser consideradas nas políticas públicas.

A deputada estadual Fátima Canuto, procuradora especial da Mulher, reforçou a relevância do trabalho das pescadoras no fortalecimento das economias locais. Ela apresentou as demandas da categoria, classificando-as em prioridades de curto, médio e longo prazo, que vão desde a segurança alimentar até a mitigação dos impactos de deslocamento forçado.

Ana Paula, pescadora e ativista, destacou os desafios enfrentados pela comunidade, como a insegurança alimentar e a perda de identidade cultural devido ao acidente que afetou suas atividades.

O acidente de 2018, causado pela mineradora Braskem, é considerado o maior crime socioambiental urbano, afetando cerca de 60 mil pessoas em Maceió, das quais muitas são da cadeia da pesca. Dados recentes mostram que em Alagoas, 58% dos 20.643 pescadores artesanais são mulheres, totalizando aproximadamente 12 mil.

Ações Governamentais e Recursos

Alagoas recebeu R$ 300 mil do Ministério das Mulheres para fortalecer as políticas voltadas para as mulheres no estado, além de R$ 19 milhões destinados à construção da Casa da Mulher Brasileira. Outras iniciativas incluem a aquisição de tornozeleiras eletrônicas para monitoramento de agressores e o fortalecimento dos Centros de Referência de Atendimento à Mulher.

O Ligue 180 registrou um aumento significativo nas denúncias em 2024, refletindo a urgência de ações efetivas para garantir a segurança e os direitos das mulheres.

Para mais informações sobre a destinação de recursos e ações em favor das pescadoras, acesse aqui.